Cristina Almeida (PSB) tem um projeto para reduzir o teto do
reembolso mensal da Assembleia para R$ 30 mil, o que ainda seria um dos
mais altos do país.
Repórter: DANILO THOMAZ
Desde o começo do ano, os 24 deputados estaduais do Amapá já eram os
campeões nacionais da verba indenizatória. Cada um tinha direito a
reembolsos mensais que poderiam totalizar R$ 50 mil. Para a mesa
diretora da Assembleia amapaense, porém, esse valor não era suficiente.
Em julho, os sete deputados da mesa alargaram o limite das indenizações
para R$ 100 mil mensais, cinco vezes mais que o teto paulista, por
exemplo. Agora, a única deputada que afirma discordar dessa ampliação
pode perder o mandato. Cristina Almeida (PSB) foi notificada para
explicar uma declaração dada à TV em que afirma nunca ter recebido o
reembolso. Se não convencer os colegas em até 10 dias, sua cassação será
votada num processo por quebra de decoro.
A autora do pedido de explicações é a deputada Roseli Matos (DEM).
Ele afirma que ficou ofendida com uma declaração de Cristina veiculada
no programa CQC, da Band. “Cristina faltou com a verdade quando afirmou
que não recebia (a verba indenizatória), dando conotação como se fosse
irregular a atitudes dos outros parlamentares que recebem, inclusive
eu”.
Cristina nega ter dito ao CQC que não recebe verba indenizatória. “Eu
nunca recebi no valor de R$ 100 mil”, diz. “Estão querendo desvirtuar
(o que eu disse). A minha crítica sempre foi com relação ao valor da
verba indenizatória.” Segundo ela, o maior gasto mensal de seu gabinete
foi de R$ 50.020. O menor, de R$ 44 mil. No trecho da entrevista que foi
ao ar, editado, a fala de Cristina é interrompida no momento em que ela
afirma que não recebeu reembolsos. Procurada, a assessoria da Band
disse não ter mais o material bruto da reportagem.
Cristina Almeida é autora de um projeto que reduz a verba
indenizatória dos deputados do Amapá para o teto de R$ 30 mil. Ainda
assim seria um dos mais altos do país. Perderia apenas para Alagoas (R$
39 mil) e Maranhão (R$ 32 mil). Ela acredita que seus colegas não
aceitarão suas explicações: “A resposta não será acatada, já que o
presidente Moisés de Souza (PSC) tem maioria na Casa. Ele prosseguirá
num processo de cassação”, diz.
A deputada não é a primeira opositora à verba de R$ 100 mil a receber
ameaças no Amapá. Em setembro, o promotor de Justiça Adauto Barbosa,
responsável pela Defesa do Patrimônio Público, foi processado pela
Assembleia amapaense por declarar a uma rádio local que o objetivo do
aumento era atender a “interesses eleitoreiros e pessoais” dos
deputados.(Revista Época)
Fonte: correaneto.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário