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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Educação para um país mais justo e solidário


Enquanto nossos nobres deputados inventam as desculpas mais estapafúrdias possíveis para adiar várias vezes a votação do novo PNE é bom lermos esse excelente artigo para termos maior noção que como anda a educação no Brasil e o quanto precisamos avançar para construirmos um país melhor. Para isso, um importante instrumento a ser usado é o novo PNE que há dois anos tramita no Congresso Nacional sem contudo ser aprovado. Entraremos no ano de 2012 sem um direcionamento maior para educação nacional em termos metas, investimentos entre outros. Isso nos dá a dimensão de como os nossos governantes tratam a educação no Brasil. O instrumental imprescindível para tornar a nossa nação mais justo e solidária.

Segue o artigo.
Gilberto Alvarez
A educação está para o jovem como este está para a vida: em estado de urgência. O emaranhado de questionamentos e mudanças comuns na fase da adolescência não deveria impedir o jovem de ter uma certeza na vida: a de que a educação é o único caminho que ele deve trilhar até o fim, a única plataforma para uma vida melhor e mais digna. Só que o Brasil, infelizmente, ainda não alcançou padrões aceitáveis, em termos educacionais, para um país com aspirações de potência mundial.
Veja-se, por exemplo, o relatório divulgado recentemente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a situação escolar dos jovens brasileiros. O documento revela que cerca de 20% dos adolescentes entre 15 e 17 anos estão fora da escola – um dado mais do que alarmante –, e identifica a pobreza na origem dessa realidade. A extrema pobreza, por exemplo, afeta 11,9% de meninos e meninas de 12 a 17 anos, num país onde vivem hoje 21 milhões de jovens nessa faixa etária.
Para quebrar o ciclo vicioso da pobreza e da desigualdade do Brasil, devemos aproveitar os próximos anos de esperado crescimento econômico para ampliar a inclusão educacional dos jovens provenientes dos extratos sociais menos favorecidos. É preciso investir cada vez mais na universalização do ensino de qualidade, na qualificação profissional e na valorização dos professores. Temos que alargar o escopo dos programas sociais criados pelo governo federal, como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), o Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Financiamento Estudantil).
Mas como fazer isso? Um dos instrumentos mais importantes é o Plano Nacional de Educação (PNE) – documento que estabelece 20 metas para a educação brasileira na próxima década e que está tramitando no Congresso Nacional. O PNE precisa aumentar substancialmente os investimentos na Educação, dos atuais 5,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para cerca de 10% do PIB. Sem isso, como demonstram vários estudos, não será possível erradicar o analfabetismo do país no médio prazo, nem melhorar sensivelmente a qualidade dos atuais padrões da educação brasileira.
É sabido que problemas crônicos da sociedade moderna – como o desemprego e a criminalidade – têm suas raízes mais profundas ligadas à questão da educação, ou à falta dela. Sob essa ótica, a situação atual do adolescente brasileiro – fora da escola, em risco de evasão ou de ficar retido no ensino fundamental – é inadmissível para um país que fez da inclusão uma bandeira de toda a sociedade.
Com uma educação melhor e mais inclusiva, o Brasil terá cada vez mais condições de formar cidadãos aptos a viver em sociedade, envolvendo-se com a coletividade e desenvolvendo um espírito republicano. Assim, estaremos criando as bases para construir um país mais justo e solidário.
* Gilberto Alvarez Giusepone Jr. é professor, autor do material de Física do Sistema de Ensino do Cursinho da Poli (SP) e diretor da instituição.


Fonte: jornaldiadia.com.br

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