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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

AS DEZ COISAS QUE MAIS IRRITARAM OS LARANJALENSES EM 2013

2013 FOI UM ANO COMPLICADO E DIFÍCIL PARA OS LARANJALENSES, DOS VÁRIOS PROBLEMAS ENUMERAMOS OS DEZ QUE NA NOSSA OPINIÃO FORAM OS QUE MAIS AFETARAM A VIDA DOS MORADORES DA CIDADE DEIXANDO-NOS COM O SENTIMENTO REVOLTA E COM A ESPERANÇA DE COMEÇARMOS COM MUDANÇAS ESSENCIAIS PARA A NOSSA MELHORIA DE VIDA NO ANO VINDOURO DE 2014, ESPECIALMENTE POR SER UM ANO DE ELEIÇÕES GERAIS PARA PRESIDENTE, SENADOR, GOVERNADOR, DEPUTADO FEDERAL E ESTADUAL. VALE SALIENTAR QUE MAIS IMPORTANTE DO QUE VOTAR É FISCALIZAR O TRABALHO DOS ELEITOS E COBRAR QUANDO NECESSÁRIO.

1º LUGAR: OS CONSTANTES E INFINDÁVEIS PROBLEMAS NO FORNECIMENTO DE ÁGUA PELA CAESA;
2º LUGAR: FALTA DE ENERGIA ELÉTRICA SOB A RESPONSABILIDADE DA CEA;
3º LUGAR: BURAQUEIRAS NAS RUAS DE LARANJAL DE LARANJAL DO JARI;
4º LUGAR: O ENTRA E SAI DE PREFEITO;
5º LUGAR: INCONCLUSÃO DAS INÚMERAS OBRAS PÚBLICAS NA SEDE DO MUNICÍPIO;
6º LUGAR: OS VÁRIOS CRIMES BÁRBAROS E A IMPUNIDADE;
7º LUGAR: A FALTA DE CONTINUIDADE NOS TRABALHOS DE CONSTRUÇÃO DA PONTE    SOBRE O RIO JARI;
8º LUGAR: O ATRASO NO PAGAMENTO DE SERVIDORES E FORNECEDORES DO PODER      PÚBLICO MUNICIPAL;
9º LUGAR: O PÉSSIMO ATENDIMENTO BANCÁRIO NA CIDADE, ESPECIALMENTE O BANCO DO BRASIL QUE QUASE TODOS OS FINAIS DE SEMANA E FINAL DE MÊS DEIXA SEUS CLIENTES SEM DINHEIRO.
10º LUGAR: A INTERDIÇÃO DAS PRINCIPAIS VIAS PARA EVENTOS E O ABANDONO DA POPULAÇÃO PELOS POLÍTICOS QUE SÓ APARECEM POR AQUI EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO.
SE VOCÊ DISCORDA OU TEM MAIS ALGUM FATO RELEVANTE QUE MAIS IRRITOU OS LARANJALENSES EM 2013 COMENTA AI.

Em dias de jogos do Brasil na Copa, estudantes terão folga no Amapá

Calendário na rede pública estadual está sendo readequado.
Planejamento reajustará escolas atrasadas por causa de greves.

Deuzamirtes Moura, coordenadora de educação (Foto: Gabriel Dias/G1)

Deuzamirtes Moura, coordenadora de educação
(Foto: Gabriel Dias/G1)
O ano letivo nas escolas da rede pública estadual do Amapá está sendo readequado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) para que não inicie com atraso por ocasião das greves de professores em 2012, que afetaram o calendário de 2013, e nem sofra alterações em decorrência das folgas que serão dadas aos estudantes nos dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo 
em junho de 2014. A informação foi dada pela coordenadora de Educação Deusamirtes Moura.

“Como aqui é um estado onde não haverá jogos, então contemplaremos todos com folga, mas apenas nos dias em que houver jogos do Brasil”, reforçou.
A coordenadora explicou que em função da greve realizada pelos profissionais da educação em 2012, haverá dois calendários para início das aulas. As instituições que não participaram da paralisação iniciarão as atividades em fevereiro de 2014, já que encerram o ano letivo em 2013.
As escolas que paralisaram por ocasião da greve darão início às aulas apenas em abril, segundo Deusamirtes. Ela acrescentou que "isso ocorrerá em função da reposição do calendário de 2013. O período de reposição varia de acordo com a quantidade de dias paralisados". A legislação estabelece que o ano escolar seja composto de 200 dias letivos.
“O calendário foi construído para reajustar as escolas ao período letivo, por isso as instituições que estão com as aulas atrasadas, terão que cobrir com quase todos os seus sábados letivos em 2014”, reforçou Deusamirtes.
A coordenadora de Educação adiantou que no período da Copa do Mundo mesmo as escolas que iniciarão as aulas em abril, poderão dispensar os alunos nos dias dos jogos do Brasil, sem dano ao calendário escolar.
O calendário definitivo deve ser divulgado até o final do ano, após ser o homologado pelo Conselho Estadual de Educação.

Fonte: g1

Ueap abre concurso público; salários variam de R$ 2,8 mil a R$ 9,2 mil

Inscrições de 11 de fevereiro a 18 de março de 2014.
Vagas são para profissionais com nível médio e superior.


A Universidade Estadual do Amapá (Ueap) abriu vagas para a contratação de profissionais para integrar o corpo docente e a equipe técnica da instituição. O edital para o concurso público foi lançado nesta segunda-feira (30). As inscrições poderão ser feitas somente pela internet, ao valor de R$ 80 para nível médio e R$ 150 para nível superior, no período de 11 de fevereiro a 18 de março de 2014.

Ao todo, serão ofertadas 202 vagas que, segundo a reitora da Ueap Maria Teixeira, pretendem suprir a carência de profissionais capacitados para lecionar em uma instituição de ensino superior. Os salários variam entre R$ 2.856,00 e R$ 9.253,44. A provas estão previstas para o dia 14 de abril.

Maria Teixeira, reitora da Ueap (Foto: Dyepeson Martins/G1)Maria Teixeira reitora da Ueap
(Foto: Dyepeson Martins/G1)
“Temos disciplinas que deixamos de ofertar por causa da carência de profissionais. Muitos não estão dispostos a se submeter ao processo seletivo”, ressaltou a reitora, destacando que o Amapá ainda enfrenta dificuldades para a contratação de educadores com títulos de mestrado e doutorado.

Novos cursos
Quatro professores com doutorado e três doutorandos atuam na universidade. Para que a Ueap passe a ofertar cursos de mestrado, por exemplo, seriam necessários pelo menos 10 professores com doutorado, conforme recomenda a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“Com o lançamento do concurso público a intenção é que possamos apresentar até 2015 um projeto para mestrado próprio da Ueap, além de novos cursos de graduação”, reforça.
O governador do Amapá Camilo Capiberibe, sinalizou que em 2014 um novo processo seletivo será lançado para o setor de ciência e tecnologia do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa).

Fonte: G1/Ap

Resultado do Enem será divulgado nos dias 3 ou 4 de janeiro

Em 2013, cerca de 5 milhões de estudantes fizeram o exame
Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 devem ser divulgados nos dias 3 ou 4 de janeiro de 2014 (sexta ou sábado), segundo o Ministério da Educação (MEC). Na segunda-feira (6), começam as inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para as vagas do primeiro semestre de 2014.
A pasta divulgou nesta segunda-feira (30) o cronograma do Sisu e confirmou a divulgação do resultado do Enem. Para concorrer a uma vaga em instituição pública de ensino superior pelo Sisu, é preciso ter feito a última edição do Enem e não ter zerado a redação. O número de vagas será divulgado na abertura do processo de inscrição.
Em 2013, cerca de 5 milhões de estudantes fizeram o Enem. O exame é pré-requisito também para a participação em outros programas. Veja abaixo:
  

Fonte: correio24horas.com.br

NOTÍCIA DE 2011 SOBRE O JARI: Rio Jari poderá ter mais três hidrelétricas entre PA e AP


Foto: Divulgação/AL
Inventário hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Jari aponta: mais três hidrelétricas podem ser construídas na área do rio, localizado na divisa dos estados do Pará e Amapá. Hoje, a região serve com canteiro de obras da Usina Santo Antônio do Jari, construção com previsão de alagar 31,7 quilômetros quadrados para formação do lago da usina.
Os estudos dos três empreendimentos totalizam uma potência de 1.362 megawatts (MW), aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a aprovação do inventário hidrelétrico, o próximo passo é a elaboração do projeto básico e dos estudos de viabilidade para a construção de novas usinas no Rio Jari, afluente da margem esquerda do Rio Amazonas.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que elaborou os estudos, os três aproveitamentos hidrelétricos podem ser construídos no curso do rio principal. O Açaipé B, o maior identificado, tem potência instalada de 831,1 MW. Os demais, Urucupatá e Carecuru, têm respectivamente 291,5 MW e 240,2 MW.


Santo Antônio do Jari

Atualmente, está em construção a Usina Santo Antônio do Jari. Quando entrar em operação, em dezembro de 2014, a hidrelétrica terá potência instalada de 373,4 (MW). A energia gerada será suficiente para abastecer uma cidade com cerca de3 milhões de habitantes (6 vezes a cidade de Macapá).
O projeto foi orçado pelo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) em R$ 800 milhões. A usina fica localizada nos municípios de Laranjal do Jari, no estado do Amapá e Almeirim no estado do Pará. A energia produzida em Santo Antônio do Jari deverá beneficiar principalmente indústrias de celulose instaladas na região.


Fonte: senildomelo.blogspot.com.br , com informações da Agência Brasil

Geração térmica para energia no Jari será substituída em 2014, diz CEA


Área onde será construída a Subestação da CEA-Laranjal do Jari (Foto: Ascom/CEA)Área onde será construída a Subestação da
CEA-Laranjal do Jari (Foto: Ascom/CEA)
A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou que no primeiro semestre de 2014 a geração térmica que atende os municípios de Laranjal e Vitória do Jari, além de imediações, será substituída por um novo sistema resultante de integração da empresa ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Atualmente, o sistema de energia nos dois municípios é atendido pela Usina Termelétrica - Laranjal do Jari, que gera energia elétrica utilizando óleo diesel como combustível. Esta usina conta com nove unidades geradoras Caterpillar, sendo três de 2.000 kVA e seis de 2.281 kVA, totalizando 19.686 kVA de potência instalada.
Segundo a CEA, com a integração da companhia ao SIN, a usina será desativada, para geração de energia "com maior confiabilidade e qualidade aos consumidores".
No dia 31 de outubro de 2013, o município de Laranjal do Jari, distante 265 quilômetros de Macapá, enfrentou racionamento no fornecimento de energia elétrica. Conforme informou a CEA, dos nove geradores de uma empresa terceirizada que fornece energia ao município, dois haviam apresentado falhas.
O diretor de Planejamento e Expansão da companhia, Aldo Carneiro, explicou que para fazer a substituição da geração térmica em Laranjal do Jari, a CEA já contratou uma empresa especializada que está desenvolvendo ações para a instalação da Subestação Laranjal do Jari - 69 KV/13,8 KV e uma linha de subtransmissão de energia de 69 KV, com 5 quilômetros de extensão, a um custo de R$ 13,8 milhões. A área da subestação será construída em um terreno localizado no bairro Cajari.
Fonte: cbnfoz.com.br


INTERESSANTE: NOTÍCIA ANTIGA SOBRE O JARI - O desafio de salvar o Jari

POR CYNTHIA ROSENBURG
FOTOS PEDRO MARTINELLI
O sonho frustrado do bilionário americano Daniel Ludwig de criar um pólo agroindustrial em plena amazônia está sendo revivido, quatro décadas depois. O empresário paulista Sergio Amoroso, presidente do grupo Orsa, tenta provar que o Projeto Jari é viável. Sua ambição: transformá-lo numa referência mundial de exploração sustentável, que combine a geração de riqueza com a conservação da floresta

Meados de abril de 2007 A lendária fábrica flutuante do Jari, no Pará, volta a funcionar depois de mais uma etapa do plano de recuperação que vem sendo implementado pelo Grupo Orsa. No porto, os fardos de celulose embarcam para o exterior. As embalagens trazem a inscrição "Jari Celulose S/A - Made in Brazil - A Socially Oriented Company" (Jari Celulose S/A - Feito no Brasil - Uma empresa socialmente orientada)
Naquele início de tarde de 16 de abril, uma segunda-feira, o céu parecia muito próximo do Rio Jari. Ali, na região do baixo Amazonas, o vapor denso e escuro que saía de uma torre da fábrica da Jari Celulose logo se misturava às nuvens carregadas. Vista de perto, a fábrica de 40 metros de altura, algo como um prédio de 15 andares, parecia mais imponente. O cheiro da celulose contaminava o ar e o ruído das máquinas abafava os sons dos pássaros. O cenário era de causar inquietação a um cidadão preocupado com o meio ambiente nestes tempos de aquecimento global. Mas, para as centenas de funcionários que circulavam agitados pela área, aquela não era a imagem de um drama ecológico. Era motivo de satisfação. O vapor jogado na atmosfera marcava o sucesso da retomada da produção depois de uma parada técnica de 21 dias, etapa crucial na recuperação da lendária usina do Jari.
Há 29 anos, 3,7 mil estacas de maçaranduba cravadas no fundo do rio sustentam as duas estruturas - uma termelétrica e uma unidade produtora de celulose - que formam o complexo industrial. Do lado de fora, é possível ver sob ele os enormes troncos de madeira escura que emergem da água. Construídas sobre plataformas flutuantes no Japão, as duas unidades viajaram três meses pelos Oceanos Índico e Atlântico em 1978, até adentrar os Rios Amazonas e Jari. A cena daquela estrutura monstruosa saindo por detrás da floresta numa curva do rio, registrada em filme, ainda hoje parece saída de uma história de ficção científica. Uma reportagem da revista National Geographic publicada dois anos depois descreveria da seguinte maneira o espanto de uma criança que presenciara o fato: "Uma cidade está vindo pelo rio!".
O empresário Sergio Amorosoé o dono do Jari desde 2000, quando seu grupo, o Orsa, assumiu a dívida de US$ 415 milhões do projeto. Amoroso é um empreendedor que cresceu comprando empresas falidas. Até adquirir o Jari, era pouco conhecido fora do setor de papel e embalagens. Com o projeto, ganhou visibilidade no Brasil e no exterior
A aventura transoceânica era parte do plano do bilionário americano Daniel Ludwig, que em 1967, aos 70 anos de idade, comprara no Brasil por US$ 3 milhões uma área quase do tamanho do estado de Sergipe, na fronteira do Pará com o Amapá. Integravam seu império estaleiros, refinarias de petróleo e empreendimentos imobiliários em 15 países. A construção de um pólo agroindustrial em plena floresta tropical entraria para a história como mais uma tentativa de exploração estrangeira na Amazônia - assim como já acontecera com o projeto de outro americano, o legendário Henry Ford, que fracassou na tentativa de produzir borracha na região do Rio Tapajós. No Jari, Ludwig abriu estradas, construiu portos, cultivou arroz e criou búfalos. Também substituiu áreas de mata nativa pelo plantio da Gmelina arborea, ou melina, uma espécie asiática trazida para a Amazônia para alimentar a fábrica de celulose. "Foi quase como desenvolver um país", disse ele, numa de suas raras entrevistas. "O começo da empresa foi bonito e melhorou muito a região", afirma o paraense Francisco Leite, de 59 anos, que na ocasião trabalhava como vaqueiro no Jari. "Quando vi o Ludwig sentado na carroceria de uma Toyota, branquinho, vestindo uma camisa assim muito simples, quase não acreditei que era ele o dono daquilo tudo."
Os problemas apareceram rapidamente. A melina não se adaptou ao clima local. As plantações de arroz superdimensionadas não vingaram. O governo militar não atendeu às reivindicações do americano para que assumisse os custos de infra-estrutura. A operação consumiu
US$ 1 bilhão e não rendeu lucros, que Ludwig planejava doar a seu instituto de pesquisa contra o câncer. Derrotado pela burocracia brasileira e pela floresta, ele deixou a Amazônia.

A fábrica do Jari é uma estrutura industrial em forma de navio, com 40 metros de altura, mais alta e mais compacta que as usinas tradicionais de celulose (à esq.). Alguns de seus corredores possuem corrimãos, que ajudavam os tripulantes a evitar tombos durante o transporte pelo mar. Instalado no último andar, o enorme painel original de controle de produção (à dir.) foi recentemente substituído por um sistema digital operado por computadores
O Jari de 2007 é outro. Num momento em que a comunidade internacional discute a crise ambiental e o futuro da humanidade, o que está em curso ali é a tentativa de criar um modelo de exploração sustentável, baseado na combinação entre a geração de riqueza e a conservação da floresta. À frente dessa empreitada está o paulista Sergio Amoroso, principal acionista e presidente do Orsa, um grupo de São Paulo formado por três empresas que, juntas, faturaram R$ 1,3 bilhão no ano passado. "O Jari pode ser um laboratório de experiências que sirvam de referência para a Amazônia e para o mundo", diz Amoroso. Até 2000, ano em que assumiu o controle do Jari, Amoroso - um empreendedor de origem humilde que ergueu seu negócio do nada - era pouco conhecido fora do setor de papel e embalagens. De lá para cá, ganhou visibilidade no Brasil e lá fora. Num domingo de abril, aguardava numa lanchonete do aeroporto de Belém a chamada do vôo que o levaria a Monte Dourado, a vila residencial criada por Ludwig no meio do Jari. Aos 52 anos de idade, vestindo calça e camiseta, com uma mochila nas costas onde levava uma raquete de tênis, Amoroso também não tem a imagem sisuda que se espera de um empresário que comanda uma operação grandiosa. No dia seguinte, ele visitou a fábrica e conferiu os resultados da parada técnica.
O VALE DO JARI HOJE
As principais atividades desenvolvidas pelo Grupo Orsa na região
Troncos de eucalipto e de madeira nativa, como angelim e cupiúba, descansam no pátio vizinho à fábrica. O eucalipto alimenta a unidade produtora de celulose e sua casca é usada como biomassa para geração de energia. A madeira nativa é cortada na serraria. Os dois processos contam com a certificação FSC, que atesta o manejo responsável de florestas
"Em sete anos já investimos mais de US$ 200 milhões em modernização", diz. Algumas mudanças vêm sendo feitas para melhorar aspectos ambientais. Uma torre de resfriamento foi instalada para permitir a reutilização da água, reduzindo a necessidade de captação no Rio Jari. O cloro usado no branqueamento da celulose foi substituído por oxigênio, em atendimento a exigências ambientais do mercado europeu, para onde vão cerca de 70% da produção. Também foram instalados filtros para a redução de emissões atmosféricas e realizadas mudanças nos sistemas de secagem e embalagem, para eliminar gargalos na produção.
A modernização da fábrica ainda não é suficiente para equacionar um problema histórico do Jari: o custo de sua infra-estrutura gigantesca. "A fabricação de celulose na Amazônia é 20% mais onerosa que a média nacional", diz Amoroso. "Quando chegamos, era 50% mais cara." A capacidade de produção da usina passou de 280 mil para 410 mil toneladas por ano. Estima-se que seria necessário alcançar 1 milhão de toneladas por ano para equilibrar as contas. Para ampliar a escala, o empresário planeja instalar uma segunda linha de celulose, ao lado da original, até 2015 - investimento de US$ 1 bilhão que deverá exigir a busca de parceiros ou a abertura de capital do grupo. Ele também estuda a possibilidade de construir a hidrelétrica da cachoeira de Santo Antônio, um item do projeto de Ludwig que não saiu do papel.
O tamanho das plataformas construídas no Japão inviabilizaria a passagem das fábricas do Jari pelo Canal do Panamá. Por isso, elas percorreram o caminho mais longo, pelos Oceanos Índico e Atlântico, até o Rio Amazonas (abaixo, no mapa). Na foto publicada pela National Geographic (acima), a usina de energia chega ao Jari. A reportagem relata o espanto de uma criança que vivia na região: "Uma cidade está vindo pelo rio!"
O Jari é um projeto que nunca conheceu o sucesso. Ao contrário, consumiu milhões, de empresários e do governo . Encontrar uma forma de viabilizar a operação é essencial para que Amoroso possa concretizar sua ambição de transformá-lo numa experiência que, além de lucros para o Orsa, gere benefícios econômicos, sociais e ambientais para a região. (Em maio, o BNDES aprovou financiamento de R$ 145,4 milhões para a Jari Celulose.) A tarefa de transformar a região é dificílima. O Jari ocupa área de 1,7 milhão de hectares marcados pela pressão sobre a floresta e por carências sociais históricas. Vivem ali mais de 130 mil pessoas, nos municípios de Vitória do Jari, Almeirim e Laranjal do Jari, e em 98 comunidades espalhadas pela região. Além da celulose, o Orsa desenvolve o manejo de florestas nativas, faz pesquisas com ativos da biodiversidade e experiências com agricultura. Em sete anos, o grupo teve conquistas importantes. Em 2003, uma gleba de 965 mil hectares recebeu certificação da organização Forest Stewardship Council (FSC), que atesta o manejo responsável de florestas. No dia-a-dia, porém, o plano de Amoroso enfrenta adversidades características de uma região complexa como a Amazônia.
UMA AVENTURA TRANSOCEÂNICA
O caminho percorrido pelas fábricas do Jari, do Japão à Amazônia, em 1978
Na floresta vulnerável
O angelim vermelho de número 70609 entrou na linha de produção da serraria da Orsa Florestal pouco depois das 12 horas, naquela tarde úmida de 19 de abril. Pelos registros da empresa, a árvore foi derrubada 227 dias antes. Em menos de 15 minutos, o tronco de 4 metros de comprimento e cerca de 1 metro de diâmetro perde os contornos arredondados. São necessários três homens para ajeitar na esteira o novo angelim, agora um bloco quadrado de madeira maciça, antes que ele comece a ser cortado em lâminas. Concluído o processo, a madeira ainda ficaria no galpão da serraria por quatro semanas antes de ser embarcada num navio com destino à Holanda.
O registro 70609 é o número de custódia do angelim - uma espécie de RG que as árvores nativas do Jari recebem quando são inventariadas no meio da floresta e que acompanha a madeira até sua entrega ao cliente. A prática é uma das determinações do manejo florestal certificado e tem como objetivo dar garantia de origem ao comprador. Nas auditorias feitas pela empresa certificadora, um técnico escolhe um número de identificação e vai para o meio do mato conferir se a placa com o RG foi mesmo colocada no lugar exato de onde saiu a árvore. Nesse tipo de atividade, há limitações para a quantidade de madeira que pode ser retirada e técnicas especiais de corte, para que a árvore venha ao chão sem provocar grandes danos à sua volta. Espécies raras têm de ser deixadas de pé. A área explorada num determinado ano fica em descanso por outros 30, que seria o período necessário para a recomposição do ecossistema.
De segunda a sexta-feira, por volta das 5 horas da manhã, centenas de moradores de Laranjal do Jari (à esq., ao fundo) pedalam suas bicicletas até a beira do rio que separa o município do distrito de Monte Dourado. Depois de guardá-las num estacionamento (à dir.), fazem a travessia em lanchas-táxis que cobram R$ 0,50 por pessoa. Na outra margem, ônibus da companhia Jari Celulose aguardam para levá-los ao trabalho
Os madeireiros ilegais que destroem grandes áreas na Amazônia, ocupadas depois pela soja e pela pecuária, não respeitam o tempo e as características da floresta. Estima-se que mais de 60% da exploração de madeira seja feita de forma predatória. As mudanças climáticas estão tornando mais urgente a busca de novas soluções para a região, uma vez que o desmatamento responde por 75% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa. O manejo florestal é tido como uma alternativa na tentativa de combinar conservação ambiental com exploração econômica. "A certificação é uma forma de proteger a floresta e gerar riqueza para as populações locais", afirma Rubens Gomes, presidente do conselho diretor do FSC Brasil. A exploração feita dessa forma também é operacionalmente mais complexa e mais cara.
A gestão de florestas nativas é um negócio novo para o Grupo Orsa, que cresceu fabricando papel e embalagens. "Já coloquei US$ 15 milhões nisso e ainda não vi a cor do dinheiro", diz Amoroso. Criada em 2003, a Orsa Florestal faturou R$ 13,2 milhões no ano passado. A área certificada de florestas nativas, de 545 mil hectares, está dividida em 30 lotes. A empresa ainda não conseguiu explorar a área total permitida nos primeiros lotes por causa dos limites de produção da serraria e da falta de compradores para algumas espécies. Das mais de 800 identificadas no Jari, cerca de 20 têm valor comercial atualmente. "Já colocamos novas espécies no mercado, mas é um processo difícil", afirma Luciano Schaaf, gerente de planejamento da Orsa Florestal. "O mercado de madeira certificada é sofisticado e exige muito investimento em pesquisa para descobrir a melhor utilização para as novas espécies." Mais de 90% da produção de madeira do Jari vai para clientes europeus.
Gerar renda para apopulação é uma das tentativas do Orsa para evitar conflitos sociais
A Orsa Florestal já enfrentou dificuldades no relacionamento com os órgãos ambientais, com atrasos na autorização dos planos de manejo, e contratempos que ameaçaram paralisar a operação. Em meados de 2005, a região do Jari foi alvo de tentativas de invasão de terra e roubo de madeira, um problema que vem sendo enfrentado por companhias que trabalham com florestas certificadas na Amazônia - e que já levou algumas a fechar as portas. "Já apareceu gente por aqui oferecendo mil reais para cada 100 hectares de terra", diz o agricultor Manoel Santos, morador de uma comunidade do Jari.
Criar opções de geração de renda para as comunidades que vivem na área é uma das saídas do grupo para evitar invasões e conflitos sociais. É também uma forma de diversificar os negócios e encontrar outras atividades que possam ser lucrativas no futuro. Uma das possibilidades é a exploração de produtos não madeireiros, como o óleo da castanha-do-pará. Outra é a criação de projetos de agricultura como o do curauá, uma fibra usada na indústria automobilística. Já foram plantadas 125 mil mudas de curauá em áreas degradadas do Jari. Algumas estão no terreno cultivado por seu Manoel. Ele também integra o programa de fomento florestal, que será essencial para garantir o suprimento de eucalipto para a nova fábrica de celulose. "Já temos 600 hectares de fomento e esperamos chegar a 2 mil no ano que vem", diz Augusto Praxedes Neto, coordenador de relações institucionais da Jari Celulose. "Integrar a população a novos negócios que sejam viáveis a longo prazo é um dos maiores desafios."
HISTÓRIA DE UMA UTOPIA AMAZÔNICA
Os principais acontecimentos que marcaram o Jari, um projeto suntuoso que nunca conheceu o sucesso
1967>>> O americano Daniel Ludwig compra uma área de 1,7 milhão de hectares na divisa do Pará com o Amapá
1978>>> As duas estruturas flutuantes construídas no Japão - com uma usina de energia e uma de celulose - chegam ao Jarí
1979>>> Começa a produção de celulose. O empreendimento também englobava pecuária, agricultura e extração do caulim
1980>>> Em carta ao ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência, general Golbery do Couto e Silva, Ludwig pede que o governo brasileiro assuma a infra-estrutura do projeto
1982>>> Ludwig desiste do Jari. O controle é transferido para um grupo de empresários liderado por Augusto Trajano de Azevedo Antunes, da Caemi
1988>>> A explosão da caldeira da fábrica de celulose paralisa a produção por oito meses
1996>>> Morre Antunes. Seus netos Mário e Guilherme Frering assumem o controle e decidem vender a empresa, deficitária
1997>>> Outro incêndio interrompe a produção. Tem início um novo programa de renegociação da dívida
2000>>> A Saga Investimentos e Participações, do empresário Sergio Amoroso, assume a dívida e o controle do Jarí
2003>>> Uma área de 965 mil hectares - de florestas nativas e eucalipto - recebe a certificação FSC, de manejo responsável de florestas
2005>>> O planejamento estratégico do Orsa para 2015 prevê a expansão do manejo e a instalação de uma nova linha de celulose
Esqueletos no armário
A maranhense Euricelia Cardoso, de 31 anos, prefeita de Laranjal do Jari, quer acelerar o desenvolvimento do município. Uma de suas principais obras poderá ser a construção da ponte que o ligará ao distrito de Monte Dourado
Sergio Amoroso diz que tomou conhecimento da existência do Jari em 1997, quando foi convidado a "dar uma olhada" no projeto. Na época, o BNDES estava em busca de novos compradores para o Jari. Depois da saída de Ludwig, em 1982, o empreendimento havia sido vendido para um consórcio de bancos e empresas liderado por Augusto Trajano de Azevedo Antunes, do grupo Caemi. Com a morte do empresário em 1996, passou para netos de Antunes, que quiseram se desfazer do negócio. Depois de idas e vindas, o acerto com Amoroso saiu em março de 2000. A proposta do grupo teria sido considerada melhor que a da Tembec, fabricante canadense de papel e celulose.
A Saga Investimentos e Participações, de Amoroso, assumiu a dívida de US$ 415 milhões com o pagamento em dez anos atrelado ao fluxo de caixa. A garantia mínima oferecida por Amoroso foi de US$ 112 milhões. Até dezembro de 2006, segundo ele, o Orsa havia pago US$ 7 milhões da dívida e outros US$ 61 milhões de juros. Nascido numa família humilde em Birigüi, Amoroso trabalhou numa cartonagem na periferia de São Paulo e começou sua empresa em 1981. Fez o negócio crescer comprando e recuperando companhias falidas de papel para embalagem. "Amoroso encontrou seu espaço em meio a grandes grupos instalados desde o início do século", diz Horácio Lafer Piva, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa) e membro do conselho de administração da Klabin. "Ele carrega uma marca de ousadia."
Com a compra do Jari, outros membros da família Amoroso que participavam do grupo decidiram sair da sociedade. "Eles achavam que era arriscado demais", diz Sergio. Ao iniciar a operação na Amazônia, ele percebeu que tudo realmente seria mais complicado do que imaginara. "Você abria uma gaveta e achava três caveirinhas", diz, referindo-se aos antigos "esqueletos" da operação. O Orsa herdou passivos ambientais e sociais. Um dos mais complicados, ainda hoje não totalmente regularizado, diz respeito à situação fundiária do Jari. Segundo o Instituto de Terras do Pará (Iterpa), os títulos de propriedade hoje em mãos do Orsa são insuficientes para cobrir a área do projeto. Diante de um desafio de proporções amazônicas, o grupo precisou rever sua gestão. Amoroso contratou profissionais e criou um conselho de administração. "Ele tem visão empreendedora e preocupação social apurada", afirma Decio Zylbersztajn, coordenador do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial da Universidade de São Paulo e conselheiro do Orsa. "São características fundamentais para alguém que pretenda pilotar um negócio complicado como o Jari."
"Não comprei o Jari com olhar de negócios", diz Amoroso. "Há outras coisas importantes ali." Ele faz uma pausa antes de começar a contar uma história. "Quando comecei minha empresa, determinei o tamanho que gostaria que ela tivesse quando eu chegasse ao fim da vida. Nove anos depois o negócio era muito maior do que eu tinha imaginado. Comecei a achar que o dinheiro não me faria feliz e senti uma insatisfação enorme." Foi quando ele conheceu Décio Lauria, empresário de Campinas que largou tudo para se dedicar ao trabalho social. "Era uma pessoa evoluída espiritualmente", diz. "Ele tirou dinheiro do meu bolso para dar aos pobres. Estava me testando." Amoroso e o "irmão Décio" começaram a travar longas conversas sobre autoconhecimento e espiritualidade. "Certo dia, ele me disse: 'Sergio, você não tem de doar dinheiro. Tem de se doar'. Levei anos para entender."
Ônibus fazem o trajeto da área de palafitas, que deu a Laranjal do Jari o apelido de "Beiradão" ainda nos tempos de Ludwig, para os novos bairros, localizados na região de terra firme, batizada de "Agreste"
Nas conversas sobre sua trajetória, dois aspectos chamam a atenção em Amoroso. Primeiro, algumas referências espiritualistas e místicas. "Não é possível fazer certos movimentos na vida sem ter convicção de que existe algo maior", diz. Segundo, a maneira como fala de sua vida pessoal. Amoroso chega a ser de uma abertura desconcertante, a ponto de revelar a desconhecidos detalhes de sua vida íntima - como aspectos da recente separação de sua mulher, com quem teve três filhos e adotou três crianças. Mas o tema mais recorrente em seu discurso é a preocupação com as questões sociais. Em 1994, meses depois da morte de Lauria, Amoroso criou a Fundação Orsa. Uma regra determina que 1% do faturamento anual do grupo seja destinado à fundação, independentemente dos resultados financeiros.
Em 13 anos, mais de R$ 120 milhões foram destinados a ações sociais. A fundação atende, em média, 1,4 milhão de crianças e adolescentes por ano. Uma de suas experiências de sucesso foi a criação do método Mãe Canguru, voltado para a recuperação de bebês prematuros e de baixo peso, que virou política pública em centenas de maternidades em todo o país. Amoroso também participa de outras organizações, como o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac), do qual é o atual presidente. Sua visão social vai além da filantropia tradicional. "Quero encontrar modelos de atuação empresarial que combinem soluções econômicas com soluções sociais", afirma. É uma abordagem considerada de vanguarda no movimento da responsabilidade social empresarial.

A fundação quer ser empresa
Um dos desafios do Orsa é desenvolver novas atividades econômicas no Jari, integrando as comunidades que vivem na área. Entre as experiências com agricultura, o grupo aposta no plantio do curauá, uma fibra que se adapta a solos pobres e é usada pela indústria automobilística. Cerca de 125 mil mudas já foram plantadas em áreas degradadas
A fundação é hoje a face mais visível do Orsa no Vale do Jari. É a ela, e não às empresas, que os moradores da região se referem quando querem falar do grupo. Na Amazônia, seus profissionais depararam com questões sociais - como os altos índices de prostituição infantil - que extrapolavam o contexto com o qual estavam habituados a trabalhar. "Num primeiro momento, eles tentaram aplicar soluções que já tinham dado certo em outros lugares, mas as demandas eram diferentes", afirma João Teixeira Pires, pesquisador do Centro de Empreendedorismo Social e Administração do Terceiro Setor (Ceats), que fez um diagnóstico socioambiental da região para o Orsa. "Notamos que as ações da fundação ainda são pulverizadas e precisam ser mais alinhadas à estratégia de promoção do desenvolvimento sustentável local."
Na sede, instalada em Monte Dourado, há quadra de esportes e salas com computadores, mas o espaço está vazio. "Percebemos que aqui as pessoas se sentiam isoladas de sua realidade", diz Amoroso. "Tivemos de ir para as comunidades." Hoje a fundação tem cinco unidades espalhadas pelos municípios do Jari. Nelas, as paredes são pintadas com cores vibrantes e os profissionais andam com o crachá à vista. Quando o empresário aparece para uma visita com algum convidado, as crianças e os jovens logo se organizam para apresentações de música ou capoeira.
No Jari de 2007, busca-se combinar soluções econômicas com iniciativas sociais
Gilvandro Ferreira, de 21 anos, é um dos jovens atendidos pela fundação que participaram de um intercâmbio cultural com a Organização Intereclesiástica para a Cooperação ao Desenvolvimento (Icco). Durante um ano, ele viveu com uma família em Joure, na Holanda, onde freqüentou a escola e fez cursos de informática. Um dos objetivos da parceria é ensinar aos jovens atividades que possam desenvolver profissionalmente no Jari. Ferreira, porém, está sem trabalho. "Não encontrei muitos lugares onde pudesse usar o que aprendi na Europa", diz. Amoroso demonstra preocupação. "Se os jovens não encontrarem oportunidades por aqui, vão acabar indo embora."
Há cerca de dois anos, ele vem redirecionando a atuação da fundação. O objetivo é integrar as ações sociais às atividades das empresas do grupo, formando novas cadeias produtivas no Jari. Uma das experiências é um centro profissionalizante que já formou mais de 70 jovens em trabalhos com madeira certificada. A Orsa Florestal doa ao grupo restos de madeira, que viram mesas, cadeiras, suporte para cortinas e artigos para escritório. "Formamos os meninos e estamos tentando melhorar a qualidade, mas ainda precisamos achar mercado para os produtos", diz José Molinos, gestor do projeto incubadora da fundação. A cooperativa formada por alunos do centro está em busca de um terreno onde possa instalar sua sede, mas dificuldades na negociação com a prefeitura de Vitória do Jari estão atrasando o projeto.
Uma ponte para o Jari
Algo mudou no Jari desde que lá estive pela primeira vez, em 2005. O pequeno aeroporto foi reformado, ganhou uma lanchonete e uma lojinha de presentes. A plantação de eucalipto que acompanha a estrada de chão batido dali até Monte Dourado parece ter se adensado. Dois anos atrás, a travessia de cerca de dois minutos para Laranjal do Jari, na outra margem do rio, foi uma experiência marcante. A imagem da fileira interminável de palafitas se aproximando era semelhante às descrições que eu havia escutado sobre a ocupação desordenada do "Beiradão" por forasteiros atraídos pelo projeto de Daniel Ludwig. Na descida da lancha, lembro de ter visto mulheres lavando roupa e crianças nadando no rio coberto de lixo.
Nos tempos de Ludwig, a passarela de madeira do Beiradão abrigava um comércio efervescente, bares e bordéis. O cenário era palco de brigas que, segundo reza a lenda, provocavam vários óbitos por semana. Em 2005, a área ainda era uma das mais agitadas do município. Hoje é possível perceber que o movimento, em alguns pontos, despencou. Um incêndio queimou centenas de palafitas em outubro passado e, desde então, comerciantes e moradores vêm trocando o Beiradão pela região de terra firme, batizada de Agreste. "Incentivamos as pessoas a ir para áreas mais seguras, mas algumas ainda preferem viver sobre as águas", afirma a maranhense Euricelia Cardoso, de 31 anos, prefeita de Laranjal do Jari. "É a cultura ribeirinha."
OS SONHADORES
A trajetória e a ambição do criador do projeto Jari e de seu atual dono
>Daniel Keith Ludwig 
Origem: filho de um corretor imobiliário, nasceu em South Haven, Michigan (EUA), em 1897 Trajetória: aos 19 anos, pegou US$ 5 mil emprestados do pai e comprou um barco. Dez anos depois, era dono de um petroleiro. Na década seguinte, construiu petroleiros para o governo americano e montou um império que englobava estaleiros, refinarias de petróleo, minas de carvão, fazendas e empreendimentos imobiliários em 15 países. Em 1980 sua fortuna era calculada em US$ 5 bilhões Jari: comprou o Jari em 1967, aos 70 anos de idade Desafios: Ludwig teve de bancar toda a infra-estrutura do projeto, da criação de vilas à abertura de estradas. Dificuldades no relacionamento com o governo brasileiro, prejuízo operacional e custos altos fizeram com que ele deixasse a Amazônia
>Sergio Antonio Garcia Amoroso 
Origem: filho de agricultores, nasceu em Birigüi, no interior de São Paulo, em 1954 Trajetória: foi funcionário de uma empresa de cartonagem e, em 1981, criou o próprio negócio. Em três anos, dirigia a maior companhia de cartonagem do país. O Grupo Orsa cresceu comprando e recuperando empresas falidas. Hoje suas três empresas - Orsa Celulose, Papel e Embalagens, Jari Celulose e Orsa Florestal - faturam, juntas, R$ 1,3 bilhão Jari: assumiu o empreendimento em 2000, com uma dívida de US$ 415 milhões Desafios: o grupo teve de arcar com passivos sociais e ambientais. Para tornar o Jari viável, deverá ampliar a produção de celulose e desenvolver negócios baseados na floresta de maneira ambientalmente responsável e integrados à comunidade local
Na sala de entrada da prefeitura, onde há um painel com fotos de festas comunitárias e cerimônias de inauguração de obras, alguns moradores aguardam para falar com Euricelia. Eles a procuram para pedir tratamentos médicos, passagens de ônibus e tratar de outros assuntos pessoais. Em Laranjal do Jari, faltam saneamento e postos de saúde. De acordo com o diagnóstico socioambiental feito para o Orsa pelo Ceats, da USP, menos de um terço da população tem acesso a programas federais como o Bolsa Família. As oportunidades de trabalho formal são escassas, o que torna o município dependente de companhias que operam na região, como o Orsa e a Cadam, produtora de caulim.
A criação de um novo modelo de exploração sustentável no Vale do Jari depende de diversos fatores além da atuação do Orsa - entre eles, as estratégias do governo para a Amazônia e as aspirações das mais de 130 mil pessoas que vivem na região
Euricelia conta que pretende estreitar os laços com as empresas e acelerar outros projetos. Um deles é a criação de um novo conjunto habitacional, com 500 unidades. Outro é a polêmica construção de uma ponte sobre o Rio Jari. O plano é antigo e estava engavetado. Numa das pontas da passarela do Beiradão é possível ver homens uniformizados trabalhando na obra. Se for concluída, a ponte ligará Laranjal à "prima rica" Monte Dourado - uma vila planejada onde há água encanada, coleta de lixo e ruas asfaltadas.
Monte Dourado mudou pouco desde sua criação, nos anos 60, para abrigar profissionais que vinham de todos os cantos para trabalhar no Projeto Jari. Os empregados ganhavam casa mobiliada, com geladeira e máquina de lavar roupa. As casas de um pavimento, com garagem coberta ao lado da porta de entrada, jardim e cercas baixinhas lembram um subúrbio americano. Ainda hoje a fantasia sobre o projeto continua a atrair gente de fora. Um dos que chegaram recentemente é o engenheiro florestal Schaaf, de 32 anos, que trabalhava numa consultoria ambiental em Curitiba antes de ser contratado pela Orsa Florestal. "Vim porque queria fazer parte do projeto", diz. "Tinha dúvidas sobre as experiências com manejo sustentável e pensei: se há um lugar onde isso pode dar certo, é no Jari."
A transformação do Jari ainda exigirá anos de investimentos, superação de desafios e aprendizado. Criar um novo padrão de desenvolvimento, que proteja a floresta e gere riquezas para quem vive ali, depende de uma rede complexa de fatores - entre eles, os planos criados pelo governo para a Amazônia e as aspirações da população local. Para o Orsa, o sucesso dependerá também da capacidade de sustentar a estratégia desenhada por Amoroso. Ele é otimista. "Gostaria um dia de ver a fábrica produzindo 2,5 milhões de toneladas, os projetos de fomento e do curauá consolidados, empresas de móveis de madeira certificada criadas por gente da região e grandes negócios de produtos florestais", afirma. "Quando comprei o Jari, imaginei que precisaria de 30 anos para começar a apontar caminhos. Hoje acho que dá para fazer em menos tempo."
Quatro décadas separam os projetos de Ludwig (à esq.) e Amoroso - dois empreendedores que começaram seus negócios do nada e sonharam transformar a Amazônia. Ludwig tentou fazê-lo numa época em que o mundo começava a falar em preservação ambiental. Amoroso executa seu plano num momento de discussão sobre a sustentabilidade e de busca de alternativas econômicas que respeitem as condições socioambientais da floresta

domingo, 29 de dezembro de 2013

AMAPÁ É DESTAQUE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Matéria assinada pelos jornalistas da Folha de São Paulo, Márcio Falcão e Flávia Foreque (de Brasília) e Fábio Takahashi (de S. Paulo), aponta o Amapá entre os cinco melhores Estados da Federação quando o assunto é formação superior dos profissionais da Educação ( veja quadro do Mapa da Formação

DE PROFESSORES)

Fonte: novaconcursos.com
 O levantamento, inédito, foi tabulado pelo Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), a pedido da Folha. A base é o Censo Escolar de 2012 (o mais recente).
Os últimos dados oficiais divulgados sobre deficit de professores no país referiam-se a uma estimativa da Capes (outro órgão da pasta), com informações de 2005, que englobavam também os anos finais do fundamental.
Considerando as redes públicas e privadas juntas, hoje 53,5% dos docentes do ensino médio não têm a formação ideal. Naquele ano, eram 51% (fundamental e médio). A Bahia é o Estado que possui menor proporção de professores com a formação ideal (8,5%) no sistema público.
Pouco mais da metade (55%) dos professores do ensino médio da rede pública do país não tem formação específica na área em que atua. Em números absolutos, o percentual equivale a quase 280 mil docentes do país. Em física, a proporção de especialistas na matéria cai a 17,7%; em química, a 33,3%. Na rede particular, a situação é só um pouco melhor: do total de professores, 47% não possuem a formação ideal.
Na outra ponta da lista está o Distrito Federal (71%). São Paulo possui 57% - o Estado afirma que, se o professor não tem a formação específica na matéria, ao menos tem diploma em área correlata (por exemplo, docente de matemática para física).
"Não existe uma oferta de profissional no ritmo que [a rede] precisa", reconhece o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Romeu Caputo.
Ele ressalta, porém, que parte do deficit é proveniente de matérias recentemente incorporadas ao currículo, como sociologia e filosofia.
Para Ana Lúcia Marques, diretora da escola Setor Leste, de Brasília, licenciatura faz diferença no ensino.
A escola, referência de ensino público na capital, diz ter todo corpo docente com formação específica. "Uma pessoa que faz engenharia [e dá aula de física] pode ter o domínio do conteúdo, mas não aprendeu o manejo da classe, que também é extremamente necessário", disse a diretora.
Para o professor de física no Distrito Federal Paulo Sérgio Alves, 54, a especialização não é um fator determinante, mas é importante.
"Na área de física, a maioria dos professores é de matemática porque sabe resolver, mas falta definição do conceito, falta habilidade para passar de onde vem aquilo."
Na tentativa de reverter o quadro, o Ministério da Educação lançou o pacto nacional para o fortalecimento do ensino médio. A medida prevê a realização, a partir do próximo ano, do curso de formação continuada para docentes da rede pública. Serão 90 horas de capacitação, com bolsa mensal de R$ 200.
O curso do ministério terá o objetivo não apenas de atualizar o conhecimento dos professores na área de atuação como desenvolver atividades para aproximá-lo dos alunos em sala de aula, afirma o secretário da área.
Fonte: brasil247.com

JUDICIÁRIO MARCA AUDIÊNCIA PARA O JULGAMENTO DE WALDEZ GÓES E PEDRO PAULO

O juiz Matias Pires Neto, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Macapá, marcou para o dia 3 de fevereiro de 2014, às 9 horas, a audiência de instrução e julgamento na Ação Penal em que são réus os ex-governadores Waldez Góes (PDT) e Pedro Paulo Dias de Carvalho (PP), e outros três ex-secretários de Planejamento, Orçamento e Finanças da gestão dos ex-governadores
O Ministério Público do Estado do Amapá move ação contra os ex-governadores e seus ex-secretários pela prática do crime de peculato. Os réus estão sendo processados pela utilização ilegal de recursos provenientes dos empréstimos consignados contraídos pelos servidores públicos estaduais. Os mandados de intimação já estão sendo expedidos aos réus e a duas testemunhas.
247:
O ex-governador Waldez Góes e os ex-secretários, Haroldo Vítor de Azevedo Santos, Sebastião Rosa Máximo e Nelson Américo de Morais, já foram ouvidos pelo juiz Matias Pires Neto. O ex-governador Pedro Paulo não compareceu nas duas últimas audiências. O processo tem seis volumes e 1206 folhas.
Na ação pública penal, o Ministério Público pede a condenação dos acusados por terem retido valores mensais devidos pelos servidores estaduais em empréstimos consignados, valores estes que deveriam ser repassados aos bancos credores. “A conduta apropriatória do GEA, por seus gestores, impedia que os débitos dos consumidores, todos eles servidores do próprio Estado, honrassem os pagamentos dos respectivos empréstimos”, afirma na denúncia, o promotor de Justiça Afonso Guimarães.
Para o promotor, em novembro de 2009, o então governador, Antônio Waldez Góes da Silva, determinou a sua equipe de governo, em concurso com Haroldo Vitor, à época secretário estadual de Planejamento, que a partir de então não realizasse o repasse dos consignados. E em abril de 2010, o então vice-governador Pedro Paulo Dias de Carvalho, assumiu o cargo de governador do Estado, ao invés de estancar a ilegalidade patrocinada pelo seu antecessor, Pedro Paulo, não somente se omitiu na tomada de providências com vista a responsabilidade civil e criminal, mas manteve o regime apropriatório até o final do seu mandato, em concurso com os seus secretários de Planejamento Sebastião Máximo e Nelson Américo.
Em defesa, os acusados alegaram que foram levados à prática de tais ilícitos pelas “consequências da crise mundial”, que teria abalado as finanças públicas, inclusive do Estado do Amapá. Em seu depoimento, o ex-governador Waldez Góes disse que “não sabia que o dinheiro era descontado dos servidores e não era repassado às instituições financeiras. E que, nunca ordenou nem por escrito, nem verbalmente, o descumprimento de qualquer das despesas obrigatórias”.
De acordo com as provas apresentadas pelo MP-AP, até dezembro de 2010, os acusados deixaram de repassar somente aos bancos BMG S/A, PINE S/A, INDUSTRIAL e HSBC BANK BRASIL S/A - BANCO MÚLTIPLO, o valor de R$ 68.210.076,90, mas no total chegaria a mais de R$ 74 milhões. Pelas mesmas condutas, os acusados respondem na 6ª Vara Cível e de Fazenda Pública da Comarca, por atos de improbidade administrativa com pedido de ressarcimento ao erário.
Fonte: brasil247.com

Comunicado Caesa - Município de Laranjal do Jari

A Companhia de Água Esgoto do Amapá comunica que devido à necessidade de reparos urgentes no sistema de captação de água bruta de Laranjal do Jari, realizará interrupção no fornecimento de água nesta sexta-feira, 27, na sede do referido município, no horário das 7h às 18h. A direção da Caesa pede desculpa pelos transtornos, porém justifica que os reparos técnicos são necessários para que o sistema volte a funcionar dentro da normalidade.
Agência Amapá

sábado, 28 de dezembro de 2013

Secretaria de Educação inicia processo de implantação dos conselhos nas escolas

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) já iniciou o processo de criação dos conselhos escolares. Esse é o primeiro passo para a implantação da gestão democrática nas escolas públicas estaduais.
O Conselho é um grupo formado por pais, alunos, funcionários e pessoas da comunidade, representantes dos diversos segmentos sociais, e pessoas interessadas no processo educacional das unidades escolares. É o órgão mais importante no contexto de gestão democrática, pois ele é o ente consultivo, deliberativo e de mobilização, além de ser responsável por acompanhar o desenvolvimento da prática educativa e o processo de ensino- aprendizagem.
A primeira atividade do Conselho é delimitar o tipo de educação a ser desenvolvida na escola, para torná-la uma prática democrática comprometida com qualidade do ensino.
Algumas escolas estaduais já elegeram seus conselhos, esperando apenas a data da posse. Essas unidades escolares serão as primeiras a implantar a gestão democrática.
A coordenadora de Políticas Educacionais, Deusamirtes Moura, explicou que a responsabilidade de iniciar o processo de escolha dentro da escola é exclusivamente do diretor. "Hoje nós estamos com dez escolas aptas à implantação da gestão democrática, porém o plano-piloto será feito em cinco escolas a partir de 2014", anunciou.
As escolas estaduais aptas à implantação da gestão democrática são: Deusolina Sales Farias, Maria Mãe de Deus, Maria Cavalcante, José de Anchieta, Alexandre Vaz Tavares, Francisco Walcy, São João, Esther Virgolino, Antônio Messias e Augusto Antunes.
Adryany Magalhães/Seed

domingo, 22 de dezembro de 2013

Moradores de Laranjal do Jari se revoltam e interditam a avenida Tancredo Neves com barricadas

Os protestos aconteceram na terça feira, 17/12 e na última sexta feira, 20. Os protestos ocorreram por meio da interdição da avenida Tancredo Neves com barricadas onde os moradores queimaram pneus e restos de madeira com o objetivo de chamar a atenção das autoridades e da polícia pela falta de investimentos na cidade 

As manifestações começaram por volta das 20h e exigia respeito e investimento em setores s básicas como saúde, fornecimento de energia e água e, melhorias na educação e estradas. Reivindicações de melhorias na qualidade de vida dos cidadãos de Laranjal do Jari.
A manifestação popular tomou conta da  avenida Tancredo Neves, principal via da cidade durante a madrugada. 
A polícia militar precisou ser acionada e depois de estabelecer o diálogo com os manifestantes acabou contornando a situação após um acordo onde receberiam de imediato carros pipa para o abastecer as casas dos moradores e a energia seria religada quando possível.
Oficial de Justiça e Promotor conseguiram que não fosse colocado mais fogo em via pública e que as famílias retornassem para suas casas.