Powered By Blogger

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

MORADORES DE SANTARÉM APOIAM A DIVISÃO DO PARÁ

Qualidade do atendimento na saúde é uma das principais reclamações. Paraenses vão às urnas em 11 de dezembro para votar em plebiscito.

Divisão do Pará (Foto: Editoria de Arye/G1)
A vida dos moradores das comunidades de Santarém, cotada para ser a capital de Tapajós caso a divisão do estado do Pará seja aprovada em plebiscito no dia 11 de dezembro, gira em torno dos rios Tapajós e Amazonas. É deles que os moradores tiram o sustento e onde passam a maior parte do tempo, pois as viagens de barco duram entre 5 e 20 horas.
Ouvidos os moradores de Santarém a adjacências comentam:
"Hoje, tudo que se faz aqui precisa de uma autorização de lá [Belém]. Se dividir muita coisa vai melhorar, porque vai ser resolvido tudo aqui, principalmente na parte de saúde. Nesta região, nada presta. Não presta saúde, comunicação, estradas”, afirma o agricultor Bazinho Nobre, que viaja 17 horas de barco de Lago Grande para Santarém para consultas médicas.
 Em outra embarcação, a professora Ivanilde Costa também diz que votaria no “sim” à separação do Pará. “Aqui não tem emprego, a população jovem tem que ir embora para estudar e crescer. A separação seria uma forma de nós definirmos nosso próprio futuro”.
De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp), com o desmembramento do estado, Tapajós ficaria com a maior parte do território (59%) e com a menor população (15%). Mas também teria a menor renda média do trabalhador e também o menor PIB per capita.
Uma das principais reclamações dos santarenos é quanto à qualidade do atendimento na área da saúde. O hospital municipal da cidade é superlotado. Todos os pacientes que chegam de comunidades vizinhas são levados para lá, onde são analisados por médicos e, se necessário, recebem a recomendação de transferência para o Hospital Regional de Santarém.
Já Mércia Pepe Batista afirma:  “Para nós, é difícil reclamar de qualquer serviço público. Sempre que se liga para uma central de atendimento, como para pedir reparos em iluminação ou telefonia, cai em Belém. Lá, ninguém sabe onde ficam as ruas em Santarém”, reclama Mércia.
Em Santarém, é comum ouvir frases como “tudo depende de Belém” e “nos vermos independentes de Belém”, quando a população é questionada sobre o motivo da separação. 
Um dos pontos turísticos de Santarém é um paraíso perdido na Amazônia. As praias de rio de Alter do Chão atraem curiosos do mundo inteiro. Mas as pessoas que moram ali não estão satisfeitas. Acreditam que o governo paraense aplica pouco no turismo e que só com a criação de Tapajós haverá desenvolvimento.
alter do chao, paraíso de tapajós que a população diz que tem que ter mais investimentos (Foto: Tahiane Stochero/G1) 
Alter do Chão tem praias de rio e os moradores cobram mais investimentos no local (Foto: Tahiane Stochero/G1)
adesivos do sim tapajós em carros em santarém (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Carro em Santarém com adesivo de apoio à separação
(Foto: Tahiane Stochero/G1)
Para a prefeita Maria do Carmo Lins Lima, “o clima é de euforia” em relação ao plebiscito porque a região espera pela separação há 150 anos. “É uma reivindicação antiga do nosso povo. Se tem problemas aqui, há também no Brasil inteiro. Acreditamos que, se começar um estado novo, podemos ter mais condições de solucioná-los”, afirma.

Plebiscito
O plebiscito está marcado para 11 de dezembro, quando os eleitores responderão a duas perguntas: “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Carajás?” e “Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?”.
Em um possível cenário de divisão do Pará, o futuro estado de Carajás será composto por 39 municípios, tendo Marabá como capital; o estado de Tapajós, 27 municípios, e Santarém como capital; e o novo Pará, 77 municípios, e Belém continuaria sendo a capital.

Fonte:http://g1.globo.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário