Sob demorados aplausos, João Capiberibe (PSB-AP) tomou posse na tarde
 desta terça-feira (29) como senador pelo estado do Amapá. Da cerimônia,
 conduzida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), 
participaram também os governadores do Espírito Santo, ex-senador Renato
 Casagrande (PSB), e do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), filho de João 
Capiberibe.
Depois de ser conduzido à mesa do Plenário pelo senador Antonio 
Carlos Valadares (PSB-SE), e ter sua posse declarada, Capiberibe fez seu
 primeiro discurso no novo mandato. Ele já havia cumprido parcialmente 
um mandato de fevereiro de 2003 a dezembro de 2005.
Em 2002, João Capiberibe e sua mulher Janete Capiberibe, que era 
deputada federal, foram acusados da comprar dois votos por 26 reais 
cada. Foram absolvidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá 
no processo movido contra eles pelo PMDB, mas acabaram tendo o mandato 
cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2006, Capiberibe concorreu ao governo do Amapá pelo PSB, mas 
perdeu em primeiro turno para Waldez Góes, do PDT. Em 2010, foi 
candidato ao Senado, mas teve sua candidatura impugnada por força da Lei
 da Ficha Limpa, em decorrência da cassação em 2004. 
Capiberibe foi o segundo candidato a senador mais votado nas eleições
 de 2010 no Amapá, com mais de 130 mil votos, ficando atrás apenas 
de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que obteve mais de 200 mil votos. Com a
 impugnação pela Ficha Limpa, tomou posse Gilvam Borges (PMDB-AP) que, 
licenciado, vinha sendo substituído pelo 1º suplente, seu irmão Geovani 
Borges (PMDB-AP). este se despediu na semana passada do Senado. 
Capiberibe disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu 
mandato em 2004 “tendo como única prova” dois depoimentos que o acusavam
 de comprar votos por R$ 26. Ele disse que essa “história rocambolesca” 
custou a ele e a sua esposa seus mandatos, mesmo inocentados pelo TRE.
- Há seis anos, desta tribuna, eu me dirigi a um Plenário atônito, 
atropelado pelos fatos. Estava sendo expurgado do mandato de senador por
 decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Lembro que a tensão e o odor de
 conspiração dominavam o ambiente. Hoje o clima é outro – disse.
Neste ano, a Lei da Ficha Limpa foi considerada inaplicável ao pleito
 de 2010 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, Capiberibe 
conseguiu o direito de tomar posse no Senado, sendo diplomado em 14 de 
novembro pelo TRE-AP. Ele já exerceu mandatos como prefeito de Macapá e 
também como governador do estado.
Capiberibe afirmou da tribuna que nesta terça-feira (29) chegava ao 
fim seu “segundo exílio político”. Lembrou da perseguição sofrida por 
ele e sua esposa, a atual deputada federal Janete Capiberibe, durante a 
ditadura militar iniciada em 1964 que impôs a eles seis anos de prisão. 
Ficaram presos 11 meses e seguiram para o exílio “no Chile do 
inesquecível companheiro Salvador Allende”.
Em seu discurso, o senador fez referência especial aos colegas 
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Lídice 
da Mata (PSB-BA), mas não se esqueceu de cumprimentar os colegas de 
bancada.
- Também gostaria de cumprimentar o senador José Sarney e o senador 
Randolfe Rodrigues, a quem me junto, a partir de agora, para compor a 
representação do meu querido estado do Amapá – disse.
Capiberibe disse ainda ser de conhecimento público suas divergências 
políticas com o senador José Sarney, mas afirmou que nada vai atrapalhar
 a união da bancada do Amapá em prol dos interesses do estado.
- Confesso que, independente das divergências políticas e ideológicas
 que possamos ter, vamos trabalhar pelo Amapá acima de tudo. Não vou 
negar: é notório que existem diferenças com meu colega de bancada, 
senador José Sarney. Mas devo admitir que, para atender às demandas do 
povo que nos elegeu, isso não será um obstáculo. Vamos juntos definir um
 plano de ação da bancada e agir de forma articulada junto à presidente 
Dilma e ao governo federal – garantiu.
Ao final de seu discurso, Capiberibe prestou homenagem ao 
ex-governador pernambucano Miguel Arraes e a Danielle Miterrand, viúva 
do ex-presidente francês François Miterrand falecida recentemente.
Depois do discurso de Capiberibe, os senadores Rodrigo Rollemberg, 
Marinor Brito (PSOL-PA), Randolfe Rodrigues, Marcelo Crivella (PRB-RJ), 
Antônio Carlos Valadares, Lídice da Mata e Humberto Costa saudaram e 
comemoraram o retorno do colega à Casa. 
Augusto Castro / Agência Senado
Fonte: correiodobrasil.com.br 
 
 
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