O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira
que espera que o Plano Nacional de Educação seja votado e aprovado
ainda este mês pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, criada
para analisar o projeto de lei. Segundo ele, é importante que o plano
seja aprovado na própria comissão, sem que seja necessário ir ao
Plenário da Casa.
Pelo regimento, a matéria só precisa ser votada na comissão especial,
mas, se houver um requerimento com pelo menos 53 assinaturas, o projeto
também será apreciado em Plenário.
Para Mercadante, caso o projeto de lei precise ir a plenário, a votação
do plano - que prevê metas para a educação brasileira até 2020 e foi
encaminhado ao Congresso no início do ano passado - sofrerá um grande
atraso. Isso porque, segundo Mercadante, muitos deputados federais
começarão a focar em suas campanhas eleitorais para prefeituras, o que
retardará a pauta na Câmara.
"Se for possível chegar a um entendimento no âmbito da comissão,
facilita muito. Se houver recurso ao Plenário, as dificuldades serão
maiores, porque, como é ano eleitoral, tem muitas matérias que trancam a
pauta e quanto mais próximo da eleição estivermos, menor será a
produtividade do Legislativo. É um plano decenal. Já perdemos 2011, não
podemos perder 2012", ressaltou o ministro, ao participar de uma
mesa-redonda durante a palestra do economista James Heckman, vencedor do
prêmio Nobel de Economia 2000, na Escola de Pós-Graduação em Economia
da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro, o trecho mais sensível do projeto de lei é o
financiamento da educação. Mercadante disse que o governo propôs atrelar
7% do Produto Interno Bruto (PIB) à educação, enquanto a comissão quer
um valor entre 7,5% e 8%.
Segundo Mercadante, a única forma de passar dos atuais 5% do PIB com
gastos em educação para os 7,5%, 8% defendidos pela Comissão da Câmara é
usar recursos do petróleo do pré-sal brasileiro. "Se nós vincularmos
uma parte substantiva dos recursos do pré-sal à educação, ciência e
tecnologia, vamos ter uma fonte segura, de longo prazo."
O ministro também fez um balanço sobre os desafios da educação
brasileira. Entre eles está a ampliação da oferta de vagas em creches e
pré-escolas do País. Atualmente, as creches atendem 23,6% das crianças,
enquanto a pré-escola atende a 80,1%.
A meta do plano nacional é chegar a 50% no caso das creches e a 100% no
caso da pré-escola. "O problema é que apenas 3% das crianças em extrema
pobreza estão em creches. Ou seja, as crianças que mais precisam não
estão na creche. Esse é justamente o foco da presidenta Dilma
(Rousseff)", explicou.
No caso do Ensino Médio, onde há grande taxa de evasão e distorção
idade-série, o governo pretende investir na melhoria da qualidade do
ensino. Segundo o ministro, uma das propostas é criar um ambiente de
internet dentro das salas de aula. Uma das medidas do governo será
distribuir tablets para 600 mil professores de todo o País.
Fonte: noticias.terra.com.br/educacao
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