Zeca Madeireiro enfrenta dificuldades para provar que os flagrantes de corrupção dias antes da eleição não lhe beneficiaram
Foi com o apoio de Euricélia que ele conseguiu se eleger com uma diferença de 87 votos do segundo colocado, Barbudo Sarraf. Porém, a vitória de Zeca nas urnas está sob suspeita.
A três dias das eleições, a promotora eleitoral em Laranjal do Jari, Fábia Regina Martins, solicitou apoio policial para apurar possível compra de votos. É ela que assina a ação envolvendo a vitória de Zeca Madeireiro.
Flagrante
Segundo as informações, um veículo da prefeitura estaria transportando material de construção para entregar aos moradores da comunidade Marinho, na zona rural, a 40 km da sede do município. A intenção, segundo o Ministério Público, era trocar os produtos por votos para beneficiar o candidato Zequinha Madeireiro (PP), apoiado pela prefeita Euricélia Cardoso, do mesmo partido.
Durante a diligência, os policiais, em carro descaracterizado, seguiram o caminhão. O militar e o civil constataram que o veículo pertencia à Prefeitura de Laranjal do Jari. No caminho, um servidor municipal, responsável pela entrega dos produtos, entrou no carro.
O trajeto percorrido correspondeu exatamente às informações repassadas na denúncia.
Os policiais aguardaram o momento da entrega para efetuar o flagrante. O material foi apreendido. A líder comunitária Maria Darcy, identificada como beneficiária, e o motorista foram encaminhados à delegacia daquele município. Inquérito foi instaurado para apurar o crime eleitoral.
Prisão
Dois dias depois, as promotoras eleitorais Fábia Regina Martins e Fábia Nilci Santana, deram voz de prisão a uma professora chamada Vitória. Ela foi presa no supermercado Zanotto com vale-compra supostamente doado por Zequinha.
Após a prisão da professora, o MPE/AP obteve três mandados de busca e apreensão. Dois mandados foram cumpridos nas unidades do Zanotto. Nos supermercados foram encontrados diversos vales-compra.
O outro mandado foi executado na casa de Leni Melo Cardoso, mãe da prefeita Euricélia Cardoso. Na residência, foram apreendidas cestas básicas, cópias de títulos de eleitor com anotações de endereço e telefones, listas associando nomes e benefícios a serem recebidos, diversos vales- compra do supermercado Zanotto no valor de R$25 reais e materiais de campanha de Zeca Madeireiro.
Parado
Às vésperas da eleição, a Justiça Eleitoral determinou a interrupção imediata das obras para construção dos quiosques na Praça João Nery e a pavimentação das ruas do Bairro Mirilândia, em Laranjal do Jari.
Segundo o MPF, são duas obras de porte realizadas às vésperas da eleição municipal sem prévio processo licitatório. O objetivo, para o Ministério Público, seria beneficiar o Zeca Madeireiro (PP). Na liminar, o juiz Luiz Carlos Kopes Brandão afirma que “a situação noticiada pelo Ministério Público é deveras preocupante, e merecedora de providências imediatas, por conta dos riscos não só para o erário como também para o próprio processo eleitoral, ante a suspeita de interferência ilegítima e favorecimento a candidato.”
Fonte: m.jdia.com.br
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