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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

GRUPO ORSA ANUNCIA A SUSPENSÃO DE PRODUÇÃO DE CELULOSE PELA FÁBRICA DA JARCEL


O sonho de produzir celulose no vale do Jari, em plena Floresta Amazônica, iniciado em 1967 com o Projeto Jari, do magnata americano Daniel Keith Ludwig, será paralisado mais uma vez. Uma das piores fases que a empresa já atravessou aconteceu com um sinistro que destruiu os cabos de comando e controle da fábrica de geração de vapor/energia elétrica e planta química no dia 31 de maio de 1997 quando a fábrica permaneceu setenta e cinco dias com suas operações paralisadas. A recuperação só foi possível graças aos esforços da sociedade civil e políticos dos municípios de Almeirim e Laranjal do Jari e lideranças dos estados do Pará e Amapá num movimento que ficou conhecido como S.O.S Jari.
A Jari Celulose, Papel e Embalagens, empresa controlada pelo Grupo Orsa (que assumiu os ativos do Projeto Jari em 2000), vai interromper as atividades da sua fábrica de celulose de eucalipto a partir de janeiro de 2013.
Vista lateral da fábrica da Jari Celulose

De acordo com a reportagem de André Magnabosco, veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo em 08.11.2012, a decisão está alinhada à posição do grupo de buscar alternativas consideradas mais atrativas para a fábrica instalada na vila Munguba, município de Almeirim, no Pará. A medida deve acabar beneficiando as demais empresas do setor, em um momento no qual há expectativa de maior pressão no mercado, por conta da entrada em operação da fábrica de celulose da Eldorado, em Três Lagoas (MS).
No final de outubro, a Agência Estado havia noticiado que o modelo de negócios da Jari na área de celulose seria revisto. Em entrevista, o presidente do Grupo Orsa, Sergio Amoroso, afirmou que a empresa estudava alternativas e estava atenta à possibilidade de migrar para o mercado de especialidades. A companhia, então, decidiu anunciar a decisão aos clientes além de interromper o andamento de assinatura dos contratos que se estendiam após janeiro do próximo ano.
A unidade paraense tem capacidade para produzir 410 mil toneladas anuais de celulose de eucalipto e, com o volume produzido até o momento, terá condições de atender os clientes até março. A decisão sobre o futuro da unidade de celulose deverá ser tomada pelo Grupo Orsa até o final deste ano.
Fábrica da Jari Celulose
A informação de que a Jari interromperia as atividades em janeiro agradou os analistas embora a população do vale do Jari esteve muito apreensiva com a notícia. O banco JP Morgan publicou na terça-feira relatório no qual comentava os efeitos positivos da decisão para o mercado de celulose de eucalipto, principalmente para Fibria e Suzano Papel e Celulose. Para a instituição, a medida reduziria a pressão esperada para o mercado por conta do início das operações da Eldorado, neste mês, e de outras duas fábricas de celulose (Suzano e Arauco/Stora Enso), em 2013.

Com informações do Blog: jarinews.wordpress.com

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