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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Associação extrativista do Amapá recebe mais de R$ 250 mil de verba

 Associação de Mulheres do Alto Cajari engloba um grupo de 108 mulheres de 13 comunidades da região da Reserva Extrativista (Resex) do Alto Cajari.

Extrativistas produzem biscoitos e derivados da castanha-do-Brasil. Foto: Divulgação
Até o final deste ano, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)  repassará R$ 259.840 a Associação de Mulheres do Alto Cajari (Amac), no município de Laranjal do Jari, no Amapá. O dinheiro está contribuindo para mudar a realidade de muitas mulheres da região, com geração de emprego e renda.
Mãe de seis filhos, Andrelina Almeida Barros, 52 anos, viu sua vida se transformar depois de entrar para a associação. Junto com outras extrativistas, ela passou a produzir biscoitos e derivados de castanha-do-Brasil, deixando para trás uma pesada rotina de trabalho na roça. Grande parte da produção é comprada pelo PAA, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Andrelina faz parte do grupo de 108 mulheres de 13 comunidades da região da Reserva Extrativista (Resex) do Alto Cajari que são associadas à Amac. Do total de trabalhadoras, 58 ficam na cozinha, onde se revezam em três grupos durante a semana para descascar cerca de seis quilos de castanha por dia para fabricar mais de 1,2 mil pacotes de biscoitos e paçoca doce. Elas também produzem um petisco de banana salgada e frita.
A produção é distribuída em 11 escolas e entidades de Laranjal do Jari e Macapá. Entre as instituições beneficiadas nos dois municípios, estão a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e o Serviço Social do Comércio (Sesc).
Preservação em família
As castanhas são recolhidas nas áreas das famílias das associadas. Em geral, os maridos ficam incumbidos da coleta, que vai de dezembro a maio. A farinha usada para fazer os biscoitos é comprada pelas mulheres. O combinado é cada uma levar 15 quilos duas vezes por ano para a associação.
A banana também é colhida nos quintais das associadas. Cada mulher leva, em média, dois cachos por ano para a Amac. Em 2012, porém, elas tiveram que comprar em Macapá, a 280 quilômetros de Laranjal do Jari, porque a quantidade não foi suficiente para o volume da produção.
Além do PAA, um dos grandes incentivadores do trabalho da Amac é o Programa Bolsa Verde. Andrelina e parte das associadas recebem R$ 300 a cada trimestre com o benefício. Em troca, elas desenvolvem atividades de conservação ambiental, com a manutenção da cobertura vegetal e o uso sustentável dos recursos naturais.
Só na Resex do Alto Cajari, que engloba, além de Laranjal do Jari, os municípios de Mazagão e Vitória do Jari, cerca de 200 extrativistas têm o benefício do Bolsa Verde. Em todo o país, há aproximadamente 30 mil beneficiários.
Esforços
Apesar de existir desde 2004, a Amac ganhou força a partir de 2009, segundo a presidente da associação, Elziane Ribeiro de Souza. Cada associada contribui com R$ 2 mensais. Às vezes, o dinheiro não é suficiente para cobrir as despesas da entidade. Então, cada uma colabora um pouco mais para comprar o que falta. Parte da renda obtida com a produção é revertida à manutenção da pequena fábrica e à compra de materiais.
Além da produção, organizaram uma feira permanente em Laranjal do Jari. Lá, vendem bolos, tapiocas, batata, banana, laranja e diversos produtos derivados de castanha. Elas também planejam começar a vender os produtos em Macapá.

Fonte: www.portalamazonia.com.br

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