O Ministério da Educação pediu a instalação de uma sindicância à  Controladoria Geral da União (CGU) para apurar a responsabilidade por  erros em material didático de apoio usado em escolas multisseriadas no  campo. Problemas de revisão e impressão foram encontrados em 200 mil  unidades distribuídas em instituições que atendem 1,3 milhão de  estudantes em todo o País. Há um trecho que ensina que 10 - 7 = 4. O  material é produzido pelo MEC e custou cerca de R$ 13,6 milhões.
Publicada pela primeira vez em 1997, a coleção Escola Ativa foi  reeditada a pedido da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e  Diversidade (Secad) em 2009 e distribuída no fim do ano passado para 40  mil escolas rurais. Os problemas, que incluem erros graves de  informação, continuidade, páginas faltantes, foram identificados no  início deste ano e avaliados por uma comissão de professores, que julgou  que não são passíveis de errata.
A sindicância que será instaurada na segunda-feira deverá investigar  quem foi o responsável pelas falhas. A impressão da coleção foi  realizada pela editora Posigraf, de Curitiba. Os livros com erros foram  distribuídos a 39.732 classes multisseriadas da zona rural, presentes em  3.109 municípios de todos os Estados do País. Entre os exemplos que  condenaram a edição, os erros de matemática são os mais notáveis. Na  página 29 do guia 4 de matemática, a Escola Ativa convida os alunos a  fazer descobertas com números, na companhia dos personagens Joana e  Pedro. A página apresenta uma tabela que mostra que 10 - 7 = 4 e que 16 -  8 = 6.
Segundo o MEC, os professores das escolas rurais foram orientados a  não usar mais o material didático de apoio e seguir somente os livros  didáticos. Nesta semana, haverá uma reunião de coordenadores do programa  de educação no campo para discutir o que deverá ser feito com o que já  está impresso.
Explicações no Senado
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pretende apresentar requerimento à  Comissão de Educação da Casa para que o ministro da Educação, Fernando  Haddad, dê explicações sobre os erros no material didático.  "São erros básicos, grosseiros", criticou Serrano. "A ideia que passa é  que há um problema de gestão no MEC, embora o ministro não admita. O  contribuinte brasileiro está pagando por esses erros."
O secretário executivo de Direitos Humanos, André Lázaro, entregou na  sexta-fei ra uma carta de demissão à ministra Maria do Rosário, alegando  "motivos pessoais". Lázaro era o chefe da Secad do MEC quando foi  realizada a edição e distribuição dos livros com erros. O MEC informou  que a equipe editorial da Secad responsável pela revisão do livro também  já foi substituída, com a chegada da atual secretária, Cláudia Dutra.
Nos próximos dias deve haver uma reunião no Ministério com os  coordenadores do programa Escola Ativa para definir como o problema será  contornado, sem que os exemplares sejam desperdiçados.
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à  Educação, o erro é imperdoável. "O MEC e os governos estaduais precisam  melhorar os mecanismos de controle de qualidade", disse.
fonte - ultimosegundo.ig.com.b
 
 
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