Por Ramon Casa Vilarino, Historiador e pesquisador do Núcleo de Estudos de Ideologias e lutas sociais (NEIL/PUC-SP). 
 A distância entre os ricos e pobres na América Latina, região com os mais elevados índices de desigualdade do planeta, condena milhões de pessoas à pobreza.
A distância entre os ricos e pobres na América Latina, região com os mais elevados índices de desigualdade do planeta, condena milhões de pessoas à pobreza. As desigualdades de renda, acesso a serviços, educação e poder da América Latina são mais altas do que qualquer região do mundo. Apenas algumas sociedades na África conseguem ser mais desiguais do que países latino-americanos. Essas elevadas taxas de desigualdade têm um custo alto: aumentam
As desigualdades de renda, acesso a serviços, educação e poder da América Latina são mais altas do que qualquer região do mundo. Apenas algumas sociedades na África conseguem ser mais desiguais do que países latino-americanos. Essas elevadas taxas de desigualdade têm um custo alto: aumentam a pobreza, dificultam o crescimento econômico e diminuem seus impactos na redução da pobreza. Por isso, o tema desigualdade é central no debate político da região. A pobreza na América Latina seria fruto da desigualdade? E a desigualdade, qual seria a sua causa? é possível haver desigualdade sem pobreza? As respostas a essas questões nos remetem diretamente ao estudo do sistema capitalista, das formações sociais latino-americanas e da colonização empreendida em nosso continente.
 a pobreza, dificultam o crescimento econômico e diminuem seus impactos na redução da pobreza. Por isso, o tema desigualdade é central no debate político da região. A pobreza na América Latina seria fruto da desigualdade? E a desigualdade, qual seria a sua causa? é possível haver desigualdade sem pobreza? As respostas a essas questões nos remetem diretamente ao estudo do sistema capitalista, das formações sociais latino-americanas e da colonização empreendida em nosso continente.
 E a pobreza? Deriva da desigualdade? Podemos ser desiguais socialmente, mas não termos pobreza entre nós. O que impede que isso se concretize é que o capitalismo pressupõe a acumulção de capital o tempo todo. Essa é a condição para que o capitalista invista na produção e empregue alguém. Dessa forma, na busca incessante por esse objetivo, o lucro é obtido pelo maior preço possível da mercadoria produzida somada à maior economia possível em sua produção. O que acontece então? O capitalista procura vender sua produção - sua, não porque produziu, mas porque se apropriou da riqueza gerada pelo trabalho - pelo maior valor e pagar à mão de obra o menor valor. O
E a pobreza? Deriva da desigualdade? Podemos ser desiguais socialmente, mas não termos pobreza entre nós. O que impede que isso se concretize é que o capitalismo pressupõe a acumulção de capital o tempo todo. Essa é a condição para que o capitalista invista na produção e empregue alguém. Dessa forma, na busca incessante por esse objetivo, o lucro é obtido pelo maior preço possível da mercadoria produzida somada à maior economia possível em sua produção. O que acontece então? O capitalista procura vender sua produção - sua, não porque produziu, mas porque se apropriou da riqueza gerada pelo trabalho - pelo maior valor e pagar à mão de obra o menor valor. O que temos como resultado? No limite, riqueza de um lado e pobreza de outro.
 que temos como resultado? No limite, riqueza de um lado e pobreza de outro.
 A colonização empreendida na América Latina fez parte do processo de expansão europeia, iniciado no século XV por Portugal e Espanha. Quando resolveram cruzar o Atlântico, os ibéricos esperavam encontrar regiões que pudessem ser facilmente exploradas do ponto de vista mercantil. Não à toa, nos primeiros anos após a chegada ao Brasil, o governo português arrendou sua exploração a comerciantes que se interessavam pelo pau-brasil, ao passo que os espanhóis tiveram melhor sorte e exploraram de cara metais preciosos. A Espanha tornou-se a maior potência da época por isso. Qual o custo disso tudo? Muito grande, particularmente o genocídio das populações nativas, sacrificadas como lenha para atender àqueles interesses. No Brasil, além dos indígenas, milhões de africanos foram barbaramente escravizados e mortos nesse regime que fazia um trabalhador definhar até a morte, em muitos casos, após sete anos de trabalho.
A colonização empreendida na América Latina fez parte do processo de expansão europeia, iniciado no século XV por Portugal e Espanha. Quando resolveram cruzar o Atlântico, os ibéricos esperavam encontrar regiões que pudessem ser facilmente exploradas do ponto de vista mercantil. Não à toa, nos primeiros anos após a chegada ao Brasil, o governo português arrendou sua exploração a comerciantes que se interessavam pelo pau-brasil, ao passo que os espanhóis tiveram melhor sorte e exploraram de cara metais preciosos. A Espanha tornou-se a maior potência da época por isso. Qual o custo disso tudo? Muito grande, particularmente o genocídio das populações nativas, sacrificadas como lenha para atender àqueles interesses. No Brasil, além dos indígenas, milhões de africanos foram barbaramente escravizados e mortos nesse regime que fazia um trabalhador definhar até a morte, em muitos casos, após sete anos de trabalho.
 Estudos recentes têm mostrado que para diminuir a pobreza na América Latina são necessários investimentos nas áreas sociais e em setores estratégicos. A educação é um deles. As pesquisas apontam que a cada ano estudado sobem as perspectivas de ascensão social e aumentam as chances reais de emprego e renda. No entanto, filhos de pais que possuem baixa escolaridade têm mais chances de se evadir da escola e ocupar postos de trabalho informais, o que alimenta um novo ciclo de pobreza. Além disso, morando em áreas pouco atendidas por serviços de saúde e saneamento básico, o risco de doenças também aumenta, fazendo com que trabalhadores com baixa escolaridade adoeçam mais e produzam menos, tenham menos renda, estudem menos, tirem seus filhos mais cedo da escola, estejam mais expostos à violência, e assim por diante.
Estudos recentes têm mostrado que para diminuir a pobreza na América Latina são necessários investimentos nas áreas sociais e em setores estratégicos. A educação é um deles. As pesquisas apontam que a cada ano estudado sobem as perspectivas de ascensão social e aumentam as chances reais de emprego e renda. No entanto, filhos de pais que possuem baixa escolaridade têm mais chances de se evadir da escola e ocupar postos de trabalho informais, o que alimenta um novo ciclo de pobreza. Além disso, morando em áreas pouco atendidas por serviços de saúde e saneamento básico, o risco de doenças também aumenta, fazendo com que trabalhadores com baixa escolaridade adoeçam mais e produzam menos, tenham menos renda, estudem menos, tirem seus filhos mais cedo da escola, estejam mais expostos à violência, e assim por diante. Considerar, no entanto, que a educação por si só resolveria o poroblema, ainda que a longo prazo, é um otimismo ingênuo. Os próprios autores dos estudos apontam como necessárias reformas como a agrária, ampliando o leque de propriedades e desconcentrando a produção e a posse da terra. Isso, por exemplo, diminuiria a população das grandes cidades e os gargalos existentes em torno de serviços públicos. O combate à corrupção e o estímulo à participação dos negócios públicos por parte da população são outras frentes necessárias para que aquele objetivo seja atingindo. Além disso, é preciso que os Estados atuem firme e decididamente no controle do sistema, em sua regulação e na taxação de grandes riquezas, cujo o outro lado da moeda chamas-se miséria. Como fazer isso, no entanto, quando o discurso neoliberal e "moderno" insiste no oposto, afastamento do Estado dos campos social e econômico, como se nada de político existisse neles?
Considerar, no entanto, que a educação por si só resolveria o poroblema, ainda que a longo prazo, é um otimismo ingênuo. Os próprios autores dos estudos apontam como necessárias reformas como a agrária, ampliando o leque de propriedades e desconcentrando a produção e a posse da terra. Isso, por exemplo, diminuiria a população das grandes cidades e os gargalos existentes em torno de serviços públicos. O combate à corrupção e o estímulo à participação dos negócios públicos por parte da população são outras frentes necessárias para que aquele objetivo seja atingindo. Além disso, é preciso que os Estados atuem firme e decididamente no controle do sistema, em sua regulação e na taxação de grandes riquezas, cujo o outro lado da moeda chamas-se miséria. Como fazer isso, no entanto, quando o discurso neoliberal e "moderno" insiste no oposto, afastamento do Estado dos campos social e econômico, como se nada de político existisse neles? Os estudiosos desse campo apontam como as causas da pobreza as
Os estudiosos desse campo apontam como as causas da pobreza as  consequências do capitalismo, e não este em si. Daí defenderem reformas no sistema, e não o seu fim.
consequências do capitalismo, e não este em si. Daí defenderem reformas no sistema, e não o seu fim.
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 A distância entre os ricos e pobres na América Latina, região com os mais elevados índices de desigualdade do planeta, condena milhões de pessoas à pobreza.
A distância entre os ricos e pobres na América Latina, região com os mais elevados índices de desigualdade do planeta, condena milhões de pessoas à pobreza. As desigualdades de renda, acesso a serviços, educação e poder da América Latina são mais altas do que qualquer região do mundo. Apenas algumas sociedades na África conseguem ser mais desiguais do que países latino-americanos. Essas elevadas taxas de desigualdade têm um custo alto: aumentam
As desigualdades de renda, acesso a serviços, educação e poder da América Latina são mais altas do que qualquer região do mundo. Apenas algumas sociedades na África conseguem ser mais desiguais do que países latino-americanos. Essas elevadas taxas de desigualdade têm um custo alto: aumentam a pobreza, dificultam o crescimento econômico e diminuem seus impactos na redução da pobreza. Por isso, o tema desigualdade é central no debate político da região. A pobreza na América Latina seria fruto da desigualdade? E a desigualdade, qual seria a sua causa? é possível haver desigualdade sem pobreza? As respostas a essas questões nos remetem diretamente ao estudo do sistema capitalista, das formações sociais latino-americanas e da colonização empreendida em nosso continente.
 a pobreza, dificultam o crescimento econômico e diminuem seus impactos na redução da pobreza. Por isso, o tema desigualdade é central no debate político da região. A pobreza na América Latina seria fruto da desigualdade? E a desigualdade, qual seria a sua causa? é possível haver desigualdade sem pobreza? As respostas a essas questões nos remetem diretamente ao estudo do sistema capitalista, das formações sociais latino-americanas e da colonização empreendida em nosso continente.CAPITALISMO, OU DESIGUALDADE COMO PRESSUPOSTO
O capitalismo é um modo de produção que possui princípios, dentre os quais se destacam o respeito e a desfesa da propriedade privada dos meios de produção e igualdade jurídica entre todos os atores sociais para realizar contratos livremente. O  que isso significa? Em princípio qualquer pessoa pode tornar-se um proprietário de meios de produção e a lei é igual para que todos possam competir em condições de igualdade. Imagine se um proprietário de meios de produção, na prática, é igual a um trabalhador desempregado necessitando de renda! Quando eles se encontram e assinam um contrato, o primeiro comprando e o segundo vendendo sua força de trabalho, temos o encontro de dois atores desiguais, e nessa relação o trabalhador se verá quase na obrigação de aceitar a proposta deste ou de outro propietário. Assim, do ponto de vista capitalista, nunca uma vaga de emprego é criada se não houver a possiblidade de se extrair lucro dessa relação com o trabalhador, do que se depreende que a desigualdade é inerente ao sistema.
que isso significa? Em princípio qualquer pessoa pode tornar-se um proprietário de meios de produção e a lei é igual para que todos possam competir em condições de igualdade. Imagine se um proprietário de meios de produção, na prática, é igual a um trabalhador desempregado necessitando de renda! Quando eles se encontram e assinam um contrato, o primeiro comprando e o segundo vendendo sua força de trabalho, temos o encontro de dois atores desiguais, e nessa relação o trabalhador se verá quase na obrigação de aceitar a proposta deste ou de outro propietário. Assim, do ponto de vista capitalista, nunca uma vaga de emprego é criada se não houver a possiblidade de se extrair lucro dessa relação com o trabalhador, do que se depreende que a desigualdade é inerente ao sistema.
 que isso significa? Em princípio qualquer pessoa pode tornar-se um proprietário de meios de produção e a lei é igual para que todos possam competir em condições de igualdade. Imagine se um proprietário de meios de produção, na prática, é igual a um trabalhador desempregado necessitando de renda! Quando eles se encontram e assinam um contrato, o primeiro comprando e o segundo vendendo sua força de trabalho, temos o encontro de dois atores desiguais, e nessa relação o trabalhador se verá quase na obrigação de aceitar a proposta deste ou de outro propietário. Assim, do ponto de vista capitalista, nunca uma vaga de emprego é criada se não houver a possiblidade de se extrair lucro dessa relação com o trabalhador, do que se depreende que a desigualdade é inerente ao sistema.
que isso significa? Em princípio qualquer pessoa pode tornar-se um proprietário de meios de produção e a lei é igual para que todos possam competir em condições de igualdade. Imagine se um proprietário de meios de produção, na prática, é igual a um trabalhador desempregado necessitando de renda! Quando eles se encontram e assinam um contrato, o primeiro comprando e o segundo vendendo sua força de trabalho, temos o encontro de dois atores desiguais, e nessa relação o trabalhador se verá quase na obrigação de aceitar a proposta deste ou de outro propietário. Assim, do ponto de vista capitalista, nunca uma vaga de emprego é criada se não houver a possiblidade de se extrair lucro dessa relação com o trabalhador, do que se depreende que a desigualdade é inerente ao sistema. E a pobreza? Deriva da desigualdade? Podemos ser desiguais socialmente, mas não termos pobreza entre nós. O que impede que isso se concretize é que o capitalismo pressupõe a acumulção de capital o tempo todo. Essa é a condição para que o capitalista invista na produção e empregue alguém. Dessa forma, na busca incessante por esse objetivo, o lucro é obtido pelo maior preço possível da mercadoria produzida somada à maior economia possível em sua produção. O que acontece então? O capitalista procura vender sua produção - sua, não porque produziu, mas porque se apropriou da riqueza gerada pelo trabalho - pelo maior valor e pagar à mão de obra o menor valor. O
E a pobreza? Deriva da desigualdade? Podemos ser desiguais socialmente, mas não termos pobreza entre nós. O que impede que isso se concretize é que o capitalismo pressupõe a acumulção de capital o tempo todo. Essa é a condição para que o capitalista invista na produção e empregue alguém. Dessa forma, na busca incessante por esse objetivo, o lucro é obtido pelo maior preço possível da mercadoria produzida somada à maior economia possível em sua produção. O que acontece então? O capitalista procura vender sua produção - sua, não porque produziu, mas porque se apropriou da riqueza gerada pelo trabalho - pelo maior valor e pagar à mão de obra o menor valor. O que temos como resultado? No limite, riqueza de um lado e pobreza de outro.
 que temos como resultado? No limite, riqueza de um lado e pobreza de outro.Essa é a única causa da desigualdade e da pobreza na América Latina? Certamente, não, mas no sistema capitalista haverá em maior ou menor grau essa combinação, do contrário, o país mais rico do mundo, que econsome 40% dos recursos naturais do planeta para apenas 5% da população da população do globo , não teria pobres. E não são poucos. No caso da América Latina há outras causas associadas, como a colonização e seus reflexos ainda hoje.
 COLONIZAÇÃO LATINA
 A colonização empreendida na América Latina fez parte do processo de expansão europeia, iniciado no século XV por Portugal e Espanha. Quando resolveram cruzar o Atlântico, os ibéricos esperavam encontrar regiões que pudessem ser facilmente exploradas do ponto de vista mercantil. Não à toa, nos primeiros anos após a chegada ao Brasil, o governo português arrendou sua exploração a comerciantes que se interessavam pelo pau-brasil, ao passo que os espanhóis tiveram melhor sorte e exploraram de cara metais preciosos. A Espanha tornou-se a maior potência da época por isso. Qual o custo disso tudo? Muito grande, particularmente o genocídio das populações nativas, sacrificadas como lenha para atender àqueles interesses. No Brasil, além dos indígenas, milhões de africanos foram barbaramente escravizados e mortos nesse regime que fazia um trabalhador definhar até a morte, em muitos casos, após sete anos de trabalho.
A colonização empreendida na América Latina fez parte do processo de expansão europeia, iniciado no século XV por Portugal e Espanha. Quando resolveram cruzar o Atlântico, os ibéricos esperavam encontrar regiões que pudessem ser facilmente exploradas do ponto de vista mercantil. Não à toa, nos primeiros anos após a chegada ao Brasil, o governo português arrendou sua exploração a comerciantes que se interessavam pelo pau-brasil, ao passo que os espanhóis tiveram melhor sorte e exploraram de cara metais preciosos. A Espanha tornou-se a maior potência da época por isso. Qual o custo disso tudo? Muito grande, particularmente o genocídio das populações nativas, sacrificadas como lenha para atender àqueles interesses. No Brasil, além dos indígenas, milhões de africanos foram barbaramente escravizados e mortos nesse regime que fazia um trabalhador definhar até a morte, em muitos casos, após sete anos de trabalho.Quando a escravidão finalmente foi abolida, o que aconteceu? Por aqui, os negros foram largados à própria sorte, impedidos de integrar com algum êxito o sistema que no fim do século XIX por aqui dava as caras. Nesse sentido, além de afirmarmos no tópico acima, há esse reforço explicativo: a pobreza se concentra em populções que foram espoliadas de seu modo natural de vida e que tiveram de se integrar, negros e índios, sem nenhuma alternativa, como cidadãos de segunda classe numa formação socioeconômica que anuncia que perante a lei todos são iguais. Assim, negros e descendentes de índios num continente como o nosso são  particularmente marginalizados, num sistema maior que pressupõe a desigualdade como natural e até necessária, pois, como afirmam os autores neoliberais, há a complementeridade de funções, ou seja, é necessário que alguns façam o que outros não estão dispostos a fazer.
particularmente marginalizados, num sistema maior que pressupõe a desigualdade como natural e até necessária, pois, como afirmam os autores neoliberais, há a complementeridade de funções, ou seja, é necessário que alguns façam o que outros não estão dispostos a fazer.
 particularmente marginalizados, num sistema maior que pressupõe a desigualdade como natural e até necessária, pois, como afirmam os autores neoliberais, há a complementeridade de funções, ou seja, é necessário que alguns façam o que outros não estão dispostos a fazer.
particularmente marginalizados, num sistema maior que pressupõe a desigualdade como natural e até necessária, pois, como afirmam os autores neoliberais, há a complementeridade de funções, ou seja, é necessário que alguns façam o que outros não estão dispostos a fazer.Os povos originários pré-colombianos e os africanos para cá arrancados não possuem muito espaço e condições objetivas para retomar seus modos de vida ancestrais, que, no caso de muitas tribos, não só a pobreza, mas mesmo as desigualdades não existiam.
A POBREZA DO PONTO DE VISTA DOS REFORMISTAS
 Estudos recentes têm mostrado que para diminuir a pobreza na América Latina são necessários investimentos nas áreas sociais e em setores estratégicos. A educação é um deles. As pesquisas apontam que a cada ano estudado sobem as perspectivas de ascensão social e aumentam as chances reais de emprego e renda. No entanto, filhos de pais que possuem baixa escolaridade têm mais chances de se evadir da escola e ocupar postos de trabalho informais, o que alimenta um novo ciclo de pobreza. Além disso, morando em áreas pouco atendidas por serviços de saúde e saneamento básico, o risco de doenças também aumenta, fazendo com que trabalhadores com baixa escolaridade adoeçam mais e produzam menos, tenham menos renda, estudem menos, tirem seus filhos mais cedo da escola, estejam mais expostos à violência, e assim por diante.
Estudos recentes têm mostrado que para diminuir a pobreza na América Latina são necessários investimentos nas áreas sociais e em setores estratégicos. A educação é um deles. As pesquisas apontam que a cada ano estudado sobem as perspectivas de ascensão social e aumentam as chances reais de emprego e renda. No entanto, filhos de pais que possuem baixa escolaridade têm mais chances de se evadir da escola e ocupar postos de trabalho informais, o que alimenta um novo ciclo de pobreza. Além disso, morando em áreas pouco atendidas por serviços de saúde e saneamento básico, o risco de doenças também aumenta, fazendo com que trabalhadores com baixa escolaridade adoeçam mais e produzam menos, tenham menos renda, estudem menos, tirem seus filhos mais cedo da escola, estejam mais expostos à violência, e assim por diante. Considerar, no entanto, que a educação por si só resolveria o poroblema, ainda que a longo prazo, é um otimismo ingênuo. Os próprios autores dos estudos apontam como necessárias reformas como a agrária, ampliando o leque de propriedades e desconcentrando a produção e a posse da terra. Isso, por exemplo, diminuiria a população das grandes cidades e os gargalos existentes em torno de serviços públicos. O combate à corrupção e o estímulo à participação dos negócios públicos por parte da população são outras frentes necessárias para que aquele objetivo seja atingindo. Além disso, é preciso que os Estados atuem firme e decididamente no controle do sistema, em sua regulação e na taxação de grandes riquezas, cujo o outro lado da moeda chamas-se miséria. Como fazer isso, no entanto, quando o discurso neoliberal e "moderno" insiste no oposto, afastamento do Estado dos campos social e econômico, como se nada de político existisse neles?
Considerar, no entanto, que a educação por si só resolveria o poroblema, ainda que a longo prazo, é um otimismo ingênuo. Os próprios autores dos estudos apontam como necessárias reformas como a agrária, ampliando o leque de propriedades e desconcentrando a produção e a posse da terra. Isso, por exemplo, diminuiria a população das grandes cidades e os gargalos existentes em torno de serviços públicos. O combate à corrupção e o estímulo à participação dos negócios públicos por parte da população são outras frentes necessárias para que aquele objetivo seja atingindo. Além disso, é preciso que os Estados atuem firme e decididamente no controle do sistema, em sua regulação e na taxação de grandes riquezas, cujo o outro lado da moeda chamas-se miséria. Como fazer isso, no entanto, quando o discurso neoliberal e "moderno" insiste no oposto, afastamento do Estado dos campos social e econômico, como se nada de político existisse neles? Os estudiosos desse campo apontam como as causas da pobreza as
Os estudiosos desse campo apontam como as causas da pobreza as  consequências do capitalismo, e não este em si. Daí defenderem reformas no sistema, e não o seu fim.
consequências do capitalismo, e não este em si. Daí defenderem reformas no sistema, e não o seu fim.Dentro dos marcos do capitalismo, a desigualdade continuará existindo, isso é inevitável dada a natureza dos sistema. Podemos discutir, então, se apobreza não pode ser extinta ou, pelo menos, abrandada. Programas sociais, como o Bolsa Família, atenuam de alguma forma a miséria, porém, esse tipo de ajuda sem o necessário desenvolvimento social cria uma rede de pessoas completamente dependentes do Estado, o que estimula as práticas clientelistas e populistas de se fazer política. Enquanto não se aliar crescimento econômico com desenvolvimento social, continuaremos assistindo a esse triste filme: riqueza acumulada de um lado, miséria e pobreza distribuídas do outro.
Fonte: Revista Carta na Escola, Edição n° 48, agsoto de 2010
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