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domingo, 5 de junho de 2011

Polícia impede queima de documentos suspeitos da Secretaria de Educação

Agentes da Polícia Federal levaram mais de uma hora em cima da caçamba vasculhando e filmando papéis, aqueles que chamaram a atenção.
A Polícia Militar conseguiu evitar que milhares de documentos fossem incinerados ontem (4), na lixeira pública de Santana. Os papéis, que estavam em uma caçamba, pertencem a Secretaria Estadual de Educação (Seed). A afirmação é do chefe da Casa Militar do governo, coronel Corrêa. O caminhão foi levado para o pátio do 4º Batalhão da PM, na cidade santanense.
Segundo um policial - que pediu para não ter o nome revelado com medo de represália por parte do governo - o caminhão foi interceptado na rodovia Duca Serra, a caminho da lixeira.
"Com a velocidade e falta da lona, os papéis começaram a voar pela estrada e nós o interceptamos e quando verificamos que os documentos eram da Secretaria de Educação achamos por bem conduzir o veículo até o 4º Batalhão para que os procedimentos corretos fossem tomados", explicou a fonte.
Junto com os papéis foi encontrado um galão de combustível, provavelmente gasolina, uma demonstração de que a tendência era realmente queimar toda aquela montanha de documentos. Ainda de acordo com a fonte, entre os papéis que deveriam ser destruídos, estavam folhas de pagamento, de ponto, pastas, referentes aos anos de 2007 e 2008.
Dois policiais federais foram chamados para periciarem o material. Os agentes levaram mais uma hora em cima da caçamba vasculhando e filmando papéis, aqueles que chamaram atenção. Todo o trabalho dos federais era acompanhado de perto pelo chefe da Casa Militar do governo, coronel Corrêa, e pelo Procurador Geral do Estado, Márcio Figueira.
O coronel Corrêa não quis gravar entrevista. Ele informou apenas que pediu a presença da secretária Mirian Corrêa no Batalhão para que ela desse explicações sobre o material apreendido, "já que toda papelada pertence à Seed", o que acabou não acontecendo.
O caminhão com toda a documentação foi lacrado e levado para o pátio da Polícia Federal, em Macapá, onde foi periciado e posteriormente liberado. Os documentos voltaram para um galpão pertencente à secretaria.
Segundo a assessoria de Comunicação da Seed, uma comissão foi instaurada para analisar os documentos e o procedimento de incineração. A intenção é achar o culpado pela liberação de documentos com menos de três anos (somente é liberada a incineração de documentos com mais de cinco anos).

Sem respostas
A apreensão de uma caçamba cheia de documentos, entre eles, folhas de pagamento e de ponto, conforme um policial, abriu espaço para vários questionamentos. O primeiro deles diz respeito ao interesse da secretaria em querer se "livrar de papéis" da gestão anterior, já que de acordo com a fonte, são referentes aos anos de 2007 e 2008.
Como a papelada pertence à secretaria, que demonstrou interesse em queimar os papéis, já que um galão cheio de combustível foi encontrado também pelos policiais, por que optou por incinerá-los na lixeira pública de Santana e não em Macapá, que apresenta uma melhor estrutura?
Teria alguma ligação ao fato do aterro controlado da capital ter mais controle sobre os caminhões que entram e saem do local? Ou pelo simples fato de estar vinculado ao prefeito Roberto Góes, que é do PDT, enquanto que a de Santana, a Antônio Nogueira, do PT, que compõe a base de apoio do atual governo?
São questionamentos que a secretaria precisa responder para que não fique nenhuma dúvida sobre a verdadeira intenção em desaparecer com esses papéis, documentos públicos e por conta disso não podem ser destruídos.
O próprio Procurador Geral do Estado, Márcio Figueira, que também acompanhou os trabalhos dos agentes federais, poderia se manifestar e explicar qual o interesse da secretaria em querer desaparecer com esses papéis. E se isso também não poderia acarretar em prejuízos para o próprio Estado, já que se trata de documentos públicos e de controle sobre funcionários e até mesmo movimentação financeira, uma vez que policiais encontraram folhas de pagamento e ponto de servidores.

  fonte - www.jornalagazeta-ap.com                            

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