Professores amapaenses defendem a contenção de despesas do governo para conceder o piso
Com
 base no Portal da Transparência, o Sinsepeap mostrou onde os gastos podem
 ser reduzidos.  Após a divulgação dessas informações pelo sindicato, os
 dados foram retirados do site.
Com
 as atividades paralisadas há três semanas, os professores estaduais 
defendem que o governo economize suas despesas para conceder o reajuste 
de 33,7% a fim de chegar ao piso nacional de R$ 1.451,00. Ou reajustar 
em 20% (concedendo 15% em abril e mais 5% no segundo semestre) o salário
 dos profissionais. Essa última proposta é quanto à categoria está 
disposta a negociar com o Estado, o qual afirma ter chegado ao seu 
limite financeiro referente ao aumento de 15% oferecido à classe.
Despesas 
Com
 base nas despesas da Secretaria de Estado da Educação (Seed) em 2011, o
 Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (Sinsepeap) 
observou que é possível o governo atender às reivindicações dos 
professores. Dos R$ 662.936.641 destinados à educação estadual, foram 
gastos R$ 645.206.702,00. Para 2012, a pasta ganhou reforço de R$ 
176.111.508, ou seja, os recursos ficaram em R$ 839.048.149. 
Entre
 os gastos que podem ser economizados pela Seed apontados pelo 
Sinsepeap, está a redução no pagamento de diárias. Em 2011, o total de 
951 para os detentores de CDS 5 e 4 (cargos) somou R$ 117.856,00 com 
valor de R$ 123,84 cada. Considerando os de CDS 1, 2 e 3, as diárias 
custaram R$ 103,20. Então o número de diárias subiu para 1.142. 
A
 despesa de R$ 780.521,00 com o aluguel de uma aeronave para atender a 
educação indígena no norte do Estado do Pará, pode ser ressarcida pelo 
governo paraense, além de o Estado vizinho assumí-la a partir de 2012, 
sugeriu o Sindicato.  Os gastos com passagens aéreas também podem ser 
revistos. Em 2011, o total foi de R$ R$ 43.275,00.
O
 Sinsepeap reclama que a Secretaria nunca fez doação alguma à 
instituição que, assim como a Associação dos Profissionais de 
Odontologia do Estado do Amapá (ABO/AP), também precisa de recursos. 
“Nada contra os profissionais. Mas desconhecemos qualquer doação à 
entidade que representa os profissionais da educação”, criticam. O valor
 doado a ABO/AP foi de R$ 37.340,00.
Só
 em 2012, a Seed já pagou R$ 43.080,00 com serviço de manutenção 
preventiva e corretiva e reposição de peças em 16 máquinas copiadoras 
multifuncionais e duplicadores. O valor gasto em 2011 com esse mesmo 
serviço foi de R$ 229.510,00. Para o Sinsepeap, se os livros comprados 
no valor de R$ 175.000,00 para o Programa de Aceleração da Aprendizagem,
 tiverem a mesma durabilidade daqueles doados pelo Ministério da 
Educação, a Secretaria vai economizar nos próximos dois anos. Por isso, 
não havia necessidade de comprá-los.
Economizar
 no cafezinho dos funcionários da Seed também não é nada mal, apontam os
 professores. No total foram 650 kg consumidos, o que representa R$ 
7.670,00 gastos em 2011. Os 5.100 kg de açúcar somaram R$ 14.688,00 
correspondendo a 13,9 kg consumidos por dia. O leite Ninho, 
indispensável para alguns no café, retirou R$ R$ 40.800,00 do orçamento 
da educação, o equivalente a 4.800 latas. Foram compradas 200 caixas com
 24 unidades ao preço de R$ 204,00 cada.
Só
 de energia elétrica foram R$ 2.935.257,00 pagos à Companhia de 
Eletricidade do Amapá (CEA). E à Companhia de Água e Esgoto do Amapá 
(Caesa), foram R$ 2.197.366,00 no total. “Se nessas despesas, estão 
incluídas as contas das nossas escolas (o relatório não especifica), nós
 também, iremos ajudar a economiza”, se prontificam.
O
 valor da folha de pagamento, vencimento e gratificações somou R$ 
376.486.795,00. Isso equivale a 58,35% das despesas da educação 
amapaense. Dentre os 1.409 professores do Contrato Administrativo, 247 
são da classe ‘A’. E destes, muitos atuam na educação indígena, o que 
justificaria tais contratações. Porém, no edital do concurso público da 
Educação lançado em 2012, estão sendo ofertadas apenas 61 vagas para a 
educação indígena. “Então para que tantos contratos na classe ‘A’?”, 
questionam.
Só
 de indenização, a Secretaria de Educação já pagou R$ 5.323.236,90 no 
ano passado. Em 2012, o valor já atingiu R$ 804.341,00. Mas os 
profissionais observam que existem muitos servidores assumindo cargos e 
saem depois de alguns meses. “Parece que é um negócio”, comparam. Os 
dados discriminados acima foram retirados do Portal da Transparência 
(www.transparencia.ap.gov.br). Foram apenas alguns exemplos de como a 
Seed gastou os recursos no exercício financeiro de 2011. 
Um
 panfleto com essa demonstração foi distribuído aos servidores na sexta-feira (20), quando a greve foi deflagrada oficialmente. Em menos 
de uma semana, os mesmos dados haviam sido retirados do Portal. 
“Confiamos que iriam continuar, já que é público e transparente. Por 
isso, não fizemos foto das páginas discriminadas, nem imprimimos”, 
lamentou o professor Aildo Silva que elaborou o panfleto, juntamente com
 o professor Orlando Dantas.
Além
 do acréscimo no orçamento da educação estadual, a Secretaria do Tesouro
 Nacional prevê um aumento de 30% nos recursos do Fundeb (Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos 
Profissionais da Educação). Por esses motivos, os profissionais 
acreditam que é possível sim, atender aos 22 itens da pauta de 
reivindicações da categoria. (Maiara Pires/aGazeta)
 
 
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