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sexta-feira, 27 de abril de 2012

PÁGINAS DA HISTÓRIA DO JARI: AS ORIGENS DO "BEIRADÃO"

No final dos anos de 1960, quando a Companhia Jari já tinha se instalado em Monte Dourado, formou-se na margem direita do rio Jari, do lado do Pará, nas proximidades do Distrito de Monte Dourado, uma concentração de palafitas dos dependentes da Companhia: eram casas pequenas e simples, cobertas de palha que deram origem à chamada "Vila do Pau Roliço".
No início da década de 70, preocupada com o aumento da população e a falta de condições higiênicas na Vila do Pau Roliço, a Companhia Jari mandou dispersar as famílias da localidade, as quais se deslocaram para outra margem do rio Jari, no Território Federal do Amapá onde começaram a construir suas casas na atual área portuária, dando origem ao "Beiradão". Vale salientar que antes já existia no local algumas poucas casas.
A população do Beiradão aumentou rapidamente em virtude da atração de mão de obra exercida pela Companhia Jari Agropecuária entre a população pobre dos estados do Pará, Maranhão, Piaui e Ceará.
"Durante toda a década de 1980, quando eu ainda era criança e morava na cidade de Luzilândia, Piaui, costumava assistir na beira do Parnaíba, rio que divide os estados do Piauí e Maranhão, a partida de centenas de homens em paus-de-arara e, posteriormente em ônibus, todo fim de mês, recrutados pelos 'gatos' rumo ao Jari para trabalhar na empresa de mr. Ludwig". (Erasmo Silva, piauiense - professor em Laranjal do Jari).
Com o aumento populacional do Beiradão também começaram a aparecer os primeiros comércios (setor de grande destaque ainda na cidade) como o mercado de móveis e eletrodomésticos do Barreto (de propriedade do senhor Orlando Barreto) e a loja de calçados do Queiroga (pertencente a João Queiroga de Souza, futuro prefeito da cidade).
Nos anos de 1971-72, a comunidade da Igreja Católica começa a se organizar no Beiradão; os fieis se reuniam na casa do senhor Alarico, na passarela Principal, cerca de 200 metros acima do aterro (no sentido do bairro das Malvinas), na área onde mais tarde foi instalada a primeira escolinha-capela.
Em 1972, o frei Ricardo, franciscano de Almeirim, organizou o começo da construção de uma capelinha em madeira medindo 6X10 mt. Colaboraram na edificação da capela  os senhores Orlando Barreto e Onécimo, funcionários da Jari em Monte Dourado e o senhor Zé Nogueira, vulgo "Piriquito". Após construída, a capela passou a funcionar também como escola, onde trabalhou como professora a senhora Francisca sucedida por dona Maria do Socorro Souza dos Santos que também exerceu a função dirigente comunitária juntamente com Joana Oliveira.
Uma outra comunidade católica, entretanto foi surgindo na parte abaixo do porto. Aí, os fiéis reuniam-se nas casas dos moradores; o frei Ricardo, na época pediu que os religiosos escolhessem um padroeiro. A comunidade recebe o nome de Sagrado Coração de Jesus que passa a ter como dirigente dona Terezinha Evangelista, ajudada por sua irmã de Leodete e pelos senhores José Milton, José Maria Silva e João Monteiro.

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