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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Deputados evidenciam dificuldades para manter professores na Amazônia Legal


Deputados e representantes das universidades privadas da Amazônia reclamaram, em debate na Câmara, da falta de professores com pós-graduação para atender ao percentual mínimo exigido pelo Ministério da Educação (MEC). Pela legislação atual, 33% do corpo docente dessas instituições deve ser formado por mestres e doutores. O problema foi discutido nesta terça-feira em audiência pública da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional.
Autor do pedido de audiência, o deputado Padre Ton (PT-RO) destacou que a dificuldade é ainda maior nos cursos de Medicina. “Proprietários de faculdades particulares de Rondônia passam pela dificuldade e também pelo risco de fechar os cursos, principalmente de Medicina, em função das exigências do MEC; e faltam médicos em quase todos os estados do Norte”, informou.
O diretor de avaliação do ensino superior do Ministério da Educação, Paulo Wollinger, ressaltou que as instituições de ensino superior são avaliadas a partir de 50 indicadores. O não cumprimento do percentual mínimo de docentes especializados, segundo ele, pode ser compensado em outros quesitos, como infraestrutura e projeto pedagógico. “As instituições de ensino superior de toda a Amazônia Legal têm o desempenho médio nacional, não perdem para as demais regiões do Brasil, mas precisamos ampliar a oferta, o que é um desafio grande, pelas características da região”, admitiu.
Políticas diferenciadas
Deputados da região cobraram políticas diferenciadas para as instituições de ensino superior da Amazônia. O deputado Taumaturgo Lima (PT-AC) sugeriu a criação de um programa de bolsas semelhante ao Prouni que permita a formação de mestres e doutores em universidades privadas. Para Lima, as políticas públicas do Ministério da Educação devem obedecer às características da região amazônica. “A grande maioria das instituições está nas capitais. Se temos distorção na oferta de cursos, não pode haver as mesmas exigências”, disse.
O deputado Miriquinho Batista (PT-PA) também sugeriu a construção de um modelo de educação superior que atenda à diversidade da região. Ele acredita que, mesmo que sejam formados mais professores, eles vão procurar centros urbanos com mercados profissionais mais atrativos. “Precisamos de uma política compensatória que estimule mestres e doutores a continuarem na região”, defendeu.
Paulo Wollinger, do MEC, afirmou que essa já é uma preocupação da pasta. “Estamos incentivando os alunos egressos dos cursos de graduação dessas regiões a fazer a pós-graduação para permanecer na própria região como professores. São os locais que podem interagir muito mais facilmente com sua comunidade”, avaliou.
O presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas Integradas (Abrafi), Jorge Jesus Bernardo, reafirmou a necessidade de regras diferenciadas para as universidades da região quanto à formação de professores.
Ensino a distância
Entre as alternativas para ampliar a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na Amazônia, Wollinger também sugeriu a implantação de um polo de educação a distancia. Ele considera o número de estudantes nessa modalidade ainda pequeno. “Essa seria uma grande alternativa para a Amazônia, mas temos que vencer o preconceito com esse tipo de ensino”, afirmou, lembrando que há atualmente 800 mil alunos matriculados em cursos de pós-graduação a distancia em todo Brasil.
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