Um número indeterminado, mas grande, de barcos que trafegam na Amazônia não tem registro e ninguém sabe se eles são seguros
O
Amazonas concentra um número indeterminado de embarcações que não têm
registro junto a Marinha e que navegam sem condições mínimas de
segurança. A informação do engenheiro naval e presidente nacional da
Record – Certificação Naval, Joel Rocha Soares, revela que a falta de
informações sobre embarcações que navegam diariamente pelos rios do
Estado pode favorecer o registro de acidentes navais, uma vez que, não
há como saber se elas seguem normas de segurança.
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Conforme
Joel, registros históricos mostram que grande parte dos acidentes que
ocorrem na navegação foram de embarcações que desde a construção e
manutenção não atendiam a normas de segurança ou sequer tinham projeto.
Outro item que está ligado a acidentes navais é o excesso de peso e da
violação das condições especificadas originalmente para as embarcações.
“Uma
embarcação que comporta, por exemplo, 100 passageiros e está navegando
com 300 é um risco muito grande de acidente porque não foi feita para
isso. A reserva de flutuabilidade que ela teria para resistir a um
acidente acaba. Um pequeno furo que ela pega no casco é suficiente para
ela afundar”, disse.
O engenheiro
naval comentou o assunto durante o 1º Seminário de Certificação de
Embarcações (1º Certemb), realizado ontem, no Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, em Manaus. O engenheiro esteve na cidade para
discutir normas de certificação de embarcações e esclarecer padrões de
segurança na construção naval a donos de estaleiros e construtores
informais.
Para ele, o principal
desafio é fazer com que os construtores informais e donos de embarcações
se regularizem junto a Marinha. O engenheiro explica que existem duas
linhas de pensamento sobre o assunto.
A
primeira defende que as leis devem ser cada vez mais severas para
obrigar as pessoas a fazer o registro e outra e sustenta que os meios de
regularização precisam ser facilitados para incentivar a procura pela
legalidade.
Ele prefere a
facilitação. “O objetivo é que cada vez mais as normas sejam abrangentes
e viáveis para que isso chegue até o dono de embarcação que está no
povoado mais remoto. As leis têm que ser flexíveis para que o construtor
artesanal tenha a iniciativa de regularizar sua embarcação. Sou
favorável a simplificar os procedimentos”, disse.
Fonte: acritica.uol.com.br
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