População de Pedra Branca do Amapari cresceu 24% em 5 anos e chegou a quase 11 mil habitantes. Cidade foi fundada há 20 anos, mas só passou a existir para valer quando empresa de mineração se instalou no local.
	A equipe do JN no Ar foi ao Amapá para ver de perto os efeitos do 
crescimento da migração, apontado no Censo do IBGE. O grupo teve a 
oportunidade rara de testemunhar praticamente o começo, o surgimento de 
uma cidade no centro-oeste do estado. Brasileiros que saem de suas 
cidades pensando em ter uma vida melhor na região.
	Cem quilômetros de asfalto e mais cem de buraqueira. A equipe do Jornal
 Nacional foi à mesma estrada que, em média, dez brasileiros percorrem a
 cada semana pensando em melhorar de vida. É Pedra Branca do Amapari.
	Uniformizados do Maranhão, de Goiás, do Pará, de Minas, de praticamente todo o Brasil, a caminho do trabalho.
	Só contando esse movimento migratório, a população de Pedra Branca do 
Amapari cresceu 24% em cinco anos e chegou a quase 11 mil habitantes. 
Mas a cidade não se preparou para isso.
	“A população chega em um determinado local e quer que a presença do 
estado esteja ali, só que o estado não está preparado para atender toda 
aquela população”, revela o tenente da PM Alex Sandro Chaves.
O município que tem só dois policiais por turno não costumava saber de mais do que um homicídio por ano. Desde janeiro, já foram nove.
O município que tem só dois policiais por turno não costumava saber de mais do que um homicídio por ano. Desde janeiro, já foram nove.
	Pedra Branca vai ganhar sua primeira praça, mas não sabe o que é 
saneamento básico. Faz seis dias que ninguém tira o lixo da frente das 
casas, mas a prefeitura segue com a obra para transformar a minúscula 
câmara de vereadores em uma supercâmara.
	O ajudante geral Marcelo de Souza foi pensando em juntar dinheiro e voltar para o Maranhão.
	“Não sei se volto mesmo, só o homem lá de cima sabe”, diz ele.
	Mas o que faz com que tantos brasileiros saiam de suas cidades, 
viajando às vezes dois ou três dias pelas estradas para começar tudo de 
novo em Pedra Branca do Amapari? A resposta está debaixo da terra.
	A cidade foi fundada há 20 anos, mas só passou a existir para valer há 
sete anos, quando uma empresa de mineração se instalou no local. Em 
2011, chegou mais uma.
	O que para os que não conhecem parece pura terra, pode ter até 60% de 
minério de ferro. Além disso, até três gramas de ouro em cada tonelada 
que caminhões retiram do lugar.
	Entre 2005 e 2010, a migração foi responsável por um aumento de 3,3% na
 população do Amapá. Esse movimento aconteceu em 15 dos 16 municípios do
 estado.
	Em Macapá, só a expectativa de que velhos geradores sejam trocados por 
hidrelétricas animou muita gente a se mudar para o lugar. O estado do 
Amapá até hoje não tem uma linha de transmissão para levar energia do 
continente. Mesmo assim, na última década, foi o segundo estado 
brasileiro que mais cresceu em termos proporcionais.
	Natanael chegou como empregado há seis anos, mas depois que virou dono já mandou buscar mais 20 conterrâneos na Paraíba.
	“Eu ganhei tudo aqui, em Macapá. Hoje, sou o que sou por causa dessa terra abençoada”, elogia.
	O JN no Ar desembarca no Rio Grande do Norte nesta quarta-feira (31). A
 equipe vai mostrar os efeitos da migração na região metropolitana de 
Natal.
 
 
 Postagens
Postagens
 
 

 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário