Foto: Science/AAAS Casal de besouros castanhos em pleno cruzamento: fêmea seleciona esperma de macho saudável |
Casal de besouros castanhos em pleno cruzamento: fêmea seleciona esperma de macho saudável
Uma mulher com mais de um parceiro geralmente desencadeia reações inflamadas na comunidade humana. No mundo animal, porém, a história é diferente. Para muitas espécies, uma fêmea ter mais de um parceiro pode ser fundamental para a sobrevivência da comunidade como um todo. A questão é entender porque.
Um estudo publicado nesta quinta-feira (22) na revista Science dá um passo nesta direção. Liderado por Matthew Gage, da Universidade de West Anglia, no Reino Unido, a pesquisa analisou fêmeas de besouro castanho, o Tribolium castaneum, e chegou à conclusão de que elas são promíscuas quando os machos são geneticamente relacionados a elas – uma situação na qual há um risco aumentado de gerar um descendente geneticamente defeituoso. “As fêmeas dessas populações conseguiram aumentar em cerca de 50% o nível sucesso reprodutivo, ao acasalarem com cinco machos ao invés de um”, disse Gage.
Basicamente as fêmeas desta espécie têm um mecanismo que permite “filtrar” o esperma de parceiros geneticamente muito parecidos. Ou seja: todos aqueles que ao cruzar com ela podem gerar descendentes defeituosos e que provavelmente não terão, por sua vez, descendentes férteis. Com isso, as fêmeas podem escolher o esperma que é mais viável para a reprodução e para gerar descendentes férteis. Esses dados ajudam a explicar os benefícios da poliandria (união de uma fêmea a mais de um macho) e por que a natureza promove esse fenômeno em diferentes espécies.
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