Os governos do Pará e Amapá 
definiram uma agenda de trabalho comum com encontros mensais e acordos 
cooperativos em várias áreas, da saúde à segurança pública. O calendário
 foi decidido na última quarta-feira (8), no Centro Integrado de Governo
 (CIG), em Belém, em reunião que teve a presença de diversos secretários
 de governo dos dois Estados.
 A aproximação entre 
Pará e Amapá começou ainda em 2011, quando o secretário especial de 
Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção, Sidney Rosa, esteve 
naquele Estado acompanhado de outros gestores paraenses. O motivo 
principal da visita era a defesa animal e vegetal, pois o Pará precisava
 agendar uma ação conjunta para proteger fronteiras da febre aftosa e da
 ação da mosca da carambola, pragas que, se não prevenidas, podem afetar
 as exportações do Pará e do Brasil.
| Saúde, educação, geração de emprego e defesa animal e vegetal estão entre os segmentos em comum que foram tema de reunião entre gestores dos dois Estados | 
 Na costa do 
Marajó, o trafego de animais é comum com o Amapá, que ainda detém um 
certificado de alto risco, segundo o Ministério do Desenvolvimento 
Agrário. As discussões já estão bem avançadas nessa área, e os diretores
 das duas agências de defesa animal devem fechar em breve um termo de 
cooperação. “A Diagro, pelo Amapá, e a Adepará já vêm com uma pauta que 
se afunila com essa reunião. Chegamos à primeira minuta de um acordo de 
cooperação técnica, o que mostra a disposição dos dois Estados para 
avançar nesse tema”, afirmou o secretário de Indústria, Comércio e 
Mineração do Amapá, José Reinaldo Picanço.
 Outras questões, como a educação e proteção indígena em áreas do norte 
do Pará e saúde pública, com atendimentos de pacientes provenientes do 
Estado amapaense no tratamento de câncer e outras doenças, também 
estiveram na pauta. Os temas foram tratados por gestores de cada área, e
 foram encaminhados ações e grupos de trabalho.
 
Para o secretário especial de Proteção e Desenvolvimento Social, Sergio 
Leão, a reunião foi importante porque muitas das políticas públicas que 
são desenvolvidas nos municípios limítrofes dos dois Estados têm uma 
interdependência. “É muito importante que haja reuniões como essas para 
que a gente possa acertar as ações e tentar equilibrar o esforço de cada
 um. Alguns dos pontos que são hoje negativos na relação das políticas 
públicas podem ser consertados para que possamos dar um equilíbrio nas 
ações dos Estados”, asseverou.
 Sidney Rosa 
ressaltou que as dificuldades financeiras por que passam os dois 
Estados, com orçamentos baixos e evasão tributária devido às políticas 
federais, são um motivo a mais para unir forças. “Normalmente daqui para
 o Amapá o acesso é só por água ou por avião, não tem estrada. Com os 
parcos recursos que temos hoje nos dois orçamentos, é preciso que a 
gente se junte de forma combinada para atender melhor essa população”, 
afirmou.
 Impacto – José Reinaldo 
Picanço ressaltou a questão econômica provocada pela paralisação do 
projeto Jari, que envolve os dois Estados, afetando os municípios de 
Laranjal do Jari e Vitória do Jari, no Amapá, e Almeirim, no Pará. No 
início do ano, o Grupo Orsa, que adquiriu o empreendimento de celulose 
em 2000, anunciou o fechamento da fábrica, provocando o desemprego de 
cerca de mil trabalhadores.
 Após a reunião dos 
secretários, um grupo menor, chefiado por Picanço e Sidney Rosa, esteve 
com o executivo chefe do Grupo Orsa, Jorge Henriques. Ele mostrou como 
andam as negociações para a reabertura do projeto, que terá 
financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES) para mudar a linha de produção e tornar a fábrica mais 
competitiva no mercado, exportando polpa de celulose para a China. O 
novo empreendimento deverá empregar novos 1,2 mil trabalhadores após 
voltar a funcionar, em dezembro deste ano.
 Sidney 
Rosa lembrou que os dois Estados, separados por decreto federal na 
década de 1940, são “irmãos”, e que o importante desta ação conjunta é o
 atendimento da população. “Não importa que seja paraense ou amapaense, 
não importa qual dos dois governos esteja atendendo, o importante é que 
agente conjugue esforços para levar as políticas públicas a uma região 
de muito difícil acesso. Somos mais irmãos do que estamos afastado”, 
concluiu o secretário. A reunião teve ainda a participação de prefeitos e
 de representantes da Fundação Nacional do Índios (Funai).
Fonte: agenciapara
 
 
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