por Babi Cantuária
História
De
 acordo com o historiador Edgar Rodrigues, a região do Vale do Jarí, que
 é formada por Laranjal do Jarí e Vitória do Jarí, foi povoada por 
nordestinos que vieram trabalhar na extração da borracha, entre eles, se
 destacou o coronel cearense José Júlio de Andrade, que foi o maior 
latifundiário do mundo, adquirindo cerca de 3,5 milhões de hectares de 
terra. Em 1948, ele foi combatido pela Revolta Tenentista e obrigado a 
vender sua empresa para um grupo de empresários portugueses. 
Posteriormente a companhia foi comercializada para o milionário norte 
americano Daniel Ludwig.
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| Chegada do projeto Jarí Floresta, do milionário norte americano Daniel Ludwig | 
Em
 1967, Daniel Ludwig implantou o projeto Jarí Florestal, que tinha como 
objetivo substituir a floresta nativa por uma plantação homogênea de uma
 planta denominada gmelina arbórea, para a fabricação de celulose, e 
também pretendia se tornar o maior produtor do mundo de carne bovina, 
suína e arroz. Como se tratava de um projeto de grande porte, a empresa 
necessitava de bastante mão de obra, por isso, na década de 60, muitos 
trabalhadores migraram para a local com o propósito de conseguir 
melhores condições de vida. Muitos desses empregados foram contados de 
forma temporária e indireta e quando foram demitidos, não tinham os 
valores necessários para voltar aos seus Estados. Dessa forma, a maioria
 deles foi obrigada a viver às margens do Rio Jari, sob palafitas.
O
 município de Laranjal do Jarí foi criado em 17 de dezembro de 1987, 
pela Lei Estadual n.º 7.639, sendo desmembrado do município de Mazagão. 
Economia
Como
 nas edições anteriores, as observações do geógrafo e supervisor de 
disseminação de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), Joel Lima, servirão de subsídios para analisar a 
economia de Laranjal do Jarí.
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| A castanha-do-brasil é exportada para a fabricação de óleo comestível na França | 
Setor
 Primário: destaca-se pela criação de gado (bovino e bubalino) e pelo 
cultivo de arroz, abacaxi, banana, cupuaçu, feijão, laranja, milho, 
melancia e mandioca.
Setor
 Secundário: extração e fabricação de palmitos de açaí e extração da 
castanha-do-brasil, que é exportada para a fabricação de óleo comestível
 na França. Algumas fábricas de tijolos atendem o alto consumo do 
município e exportam para o Estado do Pará. Também possui movelarias.
Setor Terciário: o comercio, que foi fator importante para o desenvolvimento do município. Tem boates e alguns hotéis.
Características Urbanas
Segundo
 o arquiteto José Alberto Tostes, o município de Laranjal do Jarí é 
formado essencialmente por ribeirinhos, que são pessoas extremamente 
pobres que moram na beira do rio, e está localizado na região de vale 
arenoso. Tostes ainda ressalta que o município apresenta sérios 
problemas sócio-ambientais, como infraestrutura precária, saneamento 
básico inexistente, baixas condições de habitabilidade, alta densidade 
de resíduos sólidos sem a coleta adequada, esgoto a céu aberto e falta 
mobilidade urbana, devido as casas serem construídas em cima de 
palafitas.
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| A maioria dos moradores vive sob palafitas, às margens do Rio Jari | 
Consta
 num artigo realizado por Tostes e Eliana do Socorro de Brito, que desde
 1970, a ampliação populacional de Laranjal do Jarí é decorrente, em 
grande parte, do intenso fluxo migratório, que ocorre às margens do Rio 
Jari, fazendo com que Vila do Beiradão seja a maior favela fluvial do 
mundo. Porém o engenheiro agrônomo e dirigente da empresa 
Ecotumucumaque, Cristovão Lins, ressalta que embora o crescimento do 
"Beiradão" esteja de uma forma desordenada, começam a aparecer moradias 
na terra firme, isso significa que a falta de gerenciamento não permite 
que os problemas da cidade sejam melhores observados, e 
consequentemente, não se pode projetar possíveis soluções para um 
controle maior do espaço apresentado.
Para
 o próximo gestor, é necessário que seja instalado o Plano Diretor, que 
deve ser executado de forma organizada, participativa e integrada com a 
população, para que a soma dos esforços resulte em melhor aproveitamento
 dos recursos disponíveis. Sendo assim o município irá crescer a partir 
de um planejamento urbano, em que estejam viabilizadas as importantes 
condições de organização sócio-espacial direcionando a expansão da 
cidade de forma a reduzir o seu perfil excludente e coibir as práticas 
imediatistas.
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| Cachoeira de Santo Antônio | 
Na
 visão de Edgar Rodrigues, entre as diversidades do ecossistema local, 
destaca-se "a excepcional beleza de seus recursos cênicos naturais como a
 cachoeira de Santo Antônio, com suas inúmeras quedas cercadas de 
florestas; o Rio Jari com suas praias fluviais que se traduzem em 
frequentados balneários; os castanhais e a fauna exótica da Amazônia". 
Dessa forma, o próximo gestor deve investir no ecoturismo, considerando 
que muitos turistas se deslumbram pelas belezas naturais de Laranjal do 
Jarí.
Fonte: tribunaamapaense.blogspot.com.br 
 
 
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