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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SESAI ANUNCIA PROCESSO SELETIVO PARA CONTRATAÇÃO DE 318 PROFISSIONAIS

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Ministério da Saúde, anunciou a abertura de processo seletivo para a contratação, por tempo determinado, de 318 profissionais em diversas áreas para o Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá (AP) e Norte do Pará (PA).
Do total de oportunidades, 150 são para nível Fundamental, 98 de Médio e 70 para Superior com atuação nas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (Emsi), no Núcleo de Apoio à Saúde Indígena (Nasi) e na Casa de Saúde do Índio (Casai). A remuneração variável será de R$ 600,00 à R$ 7.000,00, conforme escolaridade sob jornada de trabalho de 40h semanais.
Entre os requisitos para concorrer aos cargos, a Sesai exige que os interessados não sejam servidores da administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios, nem empregados ou servidores de suas subsidiárias e controladas. Além disso, não devem tem participação na gerência ou administração de empresa privada e sociedade civil.
Os contratos terão vigência até 30 de junho de 2012 e os interessados nos cargos de nível Médio e Superior devem enviar currículos ao e-mail selecao.sesai@saude.gov.br, com dados pessoais e profissionais até 4 de dezembro de 2011. Já para as vagas de nível Fundamental será necessária a entrega pessoal do currículo na Avenida Antônio Coelho de Carvalho (nº 2.517, Bairro Santa Rita, Macapá - AP - CEP 68.900-001) até 5 de dezembro.
Haverá análise curricular (experiência profissional) e entrevista entre 12 e 16 de dezembro de 2011, com resultado final previsto para 21 de dezembro de 2011.
Vagas
Fundamental - Agente Indígena de Saúde e Agente Indígena de Saneamento - para ambos é necessário que o candidato seja indígena e saiba ler e escrever em Português;
Médio - Técnico em Enfermagem, Auxiliar de Saúde Bucal, Técnico de Laboratório, Agente de Combate a Endemias e Técnico de Saneamento;
Superior - Médico, Enfermeiro, Cirurgião - Dentista, Assistente Social, Nutricionista, Epidemiologista, Farmacêutico/Bioquímico, Biólogo, Antropólogo, Pedagogo, Psicólogo, Terapeuta ocupacional /Fisioterapeuta, Arquiteto, Engenheiro e Geólogo.

Fonte: Portal 180graus.com

JOÃO CAPIBERIBE É EMPOSSADO NO SENADO

Sob demorados aplausos, João Capiberibe (PSB-AP) tomou posse na tarde desta terça-feira (29) como senador pelo estado do Amapá. Da cerimônia, conduzida pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), participaram também os governadores do Espírito Santo, ex-senador Renato Casagrande (PSB), e do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), filho de João Capiberibe.
Depois de ser conduzido à mesa do Plenário pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), e ter sua posse declarada, Capiberibe fez seu primeiro discurso no novo mandato. Ele já havia cumprido parcialmente um mandato de fevereiro de 2003 a dezembro de 2005.
Em 2002, João Capiberibe e sua mulher Janete Capiberibe, que era deputada federal, foram acusados da comprar dois votos por 26 reais cada. Foram absolvidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá no processo movido contra eles pelo PMDB, mas acabaram tendo o mandato cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2006, Capiberibe concorreu ao governo do Amapá pelo PSB, mas perdeu em primeiro turno para Waldez Góes, do PDT. Em 2010, foi candidato ao Senado, mas teve sua candidatura impugnada por força da Lei da Ficha Limpa, em decorrência da cassação em 2004.
Capiberibe foi o segundo candidato a senador mais votado nas eleições de 2010 no Amapá, com mais de 130 mil votos, ficando atrás apenas de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que obteve mais de 200 mil votos. Com a impugnação pela Ficha Limpa, tomou posse Gilvam Borges (PMDB-AP) que, licenciado, vinha sendo substituído pelo 1º suplente, seu irmão Geovani Borges (PMDB-AP). este se despediu na semana passada do Senado.
Capiberibe disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu mandato em 2004 “tendo como única prova” dois depoimentos que o acusavam de comprar votos por R$ 26. Ele disse que essa “história rocambolesca” custou a ele e a sua esposa seus mandatos, mesmo inocentados pelo TRE.
- Há seis anos, desta tribuna, eu me dirigi a um Plenário atônito, atropelado pelos fatos. Estava sendo expurgado do mandato de senador por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Lembro que a tensão e o odor de conspiração dominavam o ambiente. Hoje o clima é outro – disse.
Neste ano, a Lei da Ficha Limpa foi considerada inaplicável ao pleito de 2010 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, Capiberibe conseguiu o direito de tomar posse no Senado, sendo diplomado em 14 de novembro pelo TRE-AP. Ele já exerceu mandatos como prefeito de Macapá e também como governador do estado.
Capiberibe afirmou da tribuna que nesta terça-feira (29) chegava ao fim seu “segundo exílio político”. Lembrou da perseguição sofrida por ele e sua esposa, a atual deputada federal Janete Capiberibe, durante a ditadura militar iniciada em 1964 que impôs a eles seis anos de prisão. Ficaram presos 11 meses e seguiram para o exílio “no Chile do inesquecível companheiro Salvador Allende”.
Em seu discurso, o senador fez referência especial aos colegas Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Lídice da Mata (PSB-BA), mas não se esqueceu de cumprimentar os colegas de bancada.
- Também gostaria de cumprimentar o senador José Sarney e o senador Randolfe Rodrigues, a quem me junto, a partir de agora, para compor a representação do meu querido estado do Amapá – disse.
Capiberibe disse ainda ser de conhecimento público suas divergências políticas com o senador José Sarney, mas afirmou que nada vai atrapalhar a união da bancada do Amapá em prol dos interesses do estado.
- Confesso que, independente das divergências políticas e ideológicas que possamos ter, vamos trabalhar pelo Amapá acima de tudo. Não vou negar: é notório que existem diferenças com meu colega de bancada, senador José Sarney. Mas devo admitir que, para atender às demandas do povo que nos elegeu, isso não será um obstáculo. Vamos juntos definir um plano de ação da bancada e agir de forma articulada junto à presidente Dilma e ao governo federal – garantiu.
Ao final de seu discurso, Capiberibe prestou homenagem ao ex-governador pernambucano Miguel Arraes e a Danielle Miterrand, viúva do ex-presidente francês François Miterrand falecida recentemente.
Depois do discurso de Capiberibe, os senadores Rodrigo Rollemberg, Marinor Brito (PSOL-PA), Randolfe Rodrigues, Marcelo Crivella (PRB-RJ), Antônio Carlos Valadares, Lídice da Mata e Humberto Costa saudaram e comemoraram o retorno do colega à Casa. 

Augusto Castro / Agência Senado

Fonte: correiodobrasil.com.br

terça-feira, 29 de novembro de 2011

BULLYING É TEMA DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS EM CIDADES DO AMAPÁ

Por mais de uma hora, participantes discutiram sobre os métodos de como identificar, combater e denunciar o bullying, uma violência silenciosa que deixa graves seqüelas na vida de crianças e adolescentes.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputada Marília Góes (PDT), pediu, na região do Jari, o apoio de prefeitos, vereadores, pedagogos, professores, pastores, pais e alunos no trabalho de combate ao bullying, uma violência silenciosa, mas que deixa graves seqüelas na vida de crianças e adolescentes, em todo o Estado. O apelo foi feito nas audiências públicas realizadas na quinta-feira, 24, nos municípios de Vitória e Laranjal do Jari, no sul do Amapá.
Vitória do Jari, pela manhã foi a primeira cidade do Vale do Jari a receber a comitiva da parlamentar. Apesar da falta de energia na cidade, o encontro, realizado pela manhã na Assembleia de Deus, reuniu pastores, professores, vereadores, prefeito, pais e alunos.
Por mais de uma hora, os participantes discutiram sobre os métodos de como identificar, combater e denunciar. Algumas pessoas que acompanham a audiência fizeram questão de contar as experiências negativas que tiveram na infância, quando foram vítimas dessa violência.
À tarde, em Laranjal do Jari, o público lotou a Câmara de Vereadores. Os participantes, também debateram e contaram experiências que tiveram na adolescência. Professores relataram situações de bullying envolvendo alunos.
Além de Macapá, Santana, Mazagão, Vitória e Laranjal do Jari já receberam a comitiva da parlamentar. A intenção da deputada é percorrer as dezesseis cidades até o fim de janeiro. No retorno do recesso parlamentar, Marília Góes pretende promover um grande encontro e com base nas informações coletadas nas audiências públicas, elaborar, em conjunto com todas as lideranças, um projeto de lei tornando o bullying um crime.
A próxima audiência pública sobre o bullying será na cidade de Oiapoque.

Fonte: amapadigital.net

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

PRODUÇÃO DE CAMU-CAMU EM COMUNIDADE DO JARI É TEMA DE REPORTAGEM DA GLOBO

Sábado (26/11), a equipe do programa Globo Ecologia, da Tv Globo visitou a Reserva do Desenvolvimento Sustentável  do Rio Iratapuru, no Amapá. Próximo à sua foz, no Rio Jari, podem ser encontradas árvores de camu-camu. Pequenas e submersas na água, essas árvores começam a dar frutos quando o rio seca. Até 1997, quando os moradores da região se reuniram para fazer a extração do camu-camu, este fruto não era explorado comercialmente. Foi a partir da criação da  associação Aproflora, que em 2010 se tornou a Cooperativa Mista Agroextrativista dos Produtores do Vale do Jari (Cooperflora). O fruto, um dos mais ricos em vitamina C, pode ser utilizado no preparo de sucos e geléias e é comercializado para laboratórios que fazem diversos produtos com ele.
Globo Ecologia: camu-camu (Foto: Divulgação)Árvores de camu-camu em ilha do Rio Jari
(Foto: Divulgação)
A comercialização do produto começou em pequenas quantidades para escolas, que o utilizavam na merenda, e para feiras locais. A partir de 2006, a então Aproflora passou a vender o camu-camu também para laboratórios no centro-sul do país, chegando a comercializar até 40 toneladas de polpas por safra. Atualmente, o potencial produtivo da cooperativa é de 82 toneladas por safra.
A árvore do camu-camu tem de 3 a 5 metros de altura, com tronco liso e muitas ramificações. Com folhas alongadas, de 4,5 a 10 centímetros e fruto pequeno, de 2 a 3 centímetros, essa planta é pouco conhecida em muitas regiões brasileiras. A região de maior concentração é a Norte onde estão os estados cercados pela Bacia Amazônica.
Globo Ecologia: camu-camu (Foto: Divulgação)Camu-camu na árvore (Foto: Divulgação)
Segundo Mariolando Araujo, presidente da Cooperflora, os frutos podem ser consumidos ao natural, mas, devido a sua acidez, são mais indicados no preparo de sucos, sorvete, geleia, doces, licores, tortas e sobremesas em geral. “Trata-se de um dos frutos que mais contém vitamina C e possui na sua composição outros elementos importantes como cálcio, potássio, magnésio e ferro”, conclui Mariolando.

Após a extração, os frutos são enviados a uma empresa no distrito industrial de Santana, no Amapá, onde são processados, transformados em polpa e congelados até serem entregues aos destinos finais (compradores). Entre os clientes estão os laboratórios Centroflora, Sanrisil e Atrium.

sábado, 26 de novembro de 2011

Ciclo Produtivo da Borracha é destaque em documentário

 O filme trata de experiências bem sucedidas de exploração sustentável e traz como destaque a Cadeia Produtiva da Borracha Natural no Amazonas.
Uma equipe da Giros Produções do Rio Janeiro está no Amazonas gravando o documentário Amazônia Eterna que será lançado em junho na Conferência da ONU Rio+20, na capital carioca. O filme trata de experiências bem sucedidas de exploração sustentável e traz como destaque a Cadeia Produtiva da Borracha Natural no Amazonas.
O documentário Amazônia Eterna revela um novo olhar sob a maior floresta tropical do planeta, até hoje vista e cultuada como um santuário intocável. Com aproximadamente 80 minutos de gravação, o filme mostra outras iniciativas que estão em andamento no estados da Amazônia e que contribuem para a conservação da floresta. Entre elas, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e o comércio ribeirinho solidário.
Há 14 anos no mercado, a Giros é dirigida por Belisário Franca e produziu mais de 600 horas de conteúdo audiovisual para TV e cinema. Realizações da  Giros foram premiadas em algumas das mais importantes competições do setor, entre elas o International Emmy Awards, o New York Film Festival e o International Documentary Association Competition de Los Angeles.
Canais de televisão como Futura, TV Globo, GNT, History Channel, TV Brasil, Multishow, MTV, Animal Planet, Discovery Networks, Disney Channel e People&Arts são alguns dos mais de 40 canais, nacionais e internacionais, que exibiram as séries e documentários produzidos pela Giros.

Fonte: d24am.com

Eletronorte lança programa com foco nas mulheres da Amazônia

A Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), subsidiária da Eletrobras, lançou programa de superação da pobreza voltado ao público do Plano Brasil Sem Miséria, com foco nas mulheres da região amazônica. A empresa, que fornece energia para mais de 15 milhões de moradores em nove estados da Amazônia Legal, vai promover ações de capacitação, empreendedorismo e inclusão produtiva urbana e rural, ampliando os projetos de responsabilidade social que já desenvolve.
A empresa vai investir, em 2011, R$ 50 milhões em ações de compensação socioambiental nos municípios afetados pela usinas de Tucuruí e Curuá-Uma, no Pará, de Coaracy Nunes, no Amapá, e de Samuel, em Rondônia. Nos próximos dez anos, a meta é aplicar R$ 360 milhões. "Temos consciência de que assumimos um papel importante no desenvolvimento dessas comunidades", diz o diretor da Eletronorte, Josias Araújo.
A secretária extraordinária para Superação da Extr ema Pobreza do MDS,, Ana Fonseca, participou do lançamento do programa nessa quinta-feira (17) e apresentou os dados do Plano Brasil Sem Miséria.
Artesanato – Desde março, a Eletronorte desenvolve, em Belém, o projeto Mulheres Artesãs do Barreiro, que já capacitou 145 mulheres de baixa renda do bairro do Barreiro, um dos mais pobres e perigosos de Belém. Entre essas mulheres, está Florentina Aquino da Fonseca, 67 anos. Após conhecer o projeto a convite de uma amiga, ela foi escolhida para passar por um treinamento avançado. Hoje, além de vender os produtos que confecciona, ela também é instrutora de outras mulheres do projeto.
A reciclagem e as artes deram novo rumo à sua vida, após décadas de dificuldades. "Ajudei meus irmãos a estudar, mas nunca havia estudado. Queria aprender a costurar e nunca pude. As dificuldades eram tantas, que eu pensava que iria morrer sem deixar uma casa digna para os meus filhos e netos, mas estou conseguindo."

Fonte: jornaldiadia.com.b

O que vale mais: um preso ou um estudante?

Excelente artigo da colunista da revista Época Ruth de Aquino. É para ler e refletir.

Há carência de recursos em escolas e prisões. O absurdo é a negligência do Brasil com o conhecimento

Alguns números falam mais do que mil palavras. No Brasil, um preso federal custa o triplo de um aluno do ensino superior. E um preso estadual demanda quase nove vezes o custo de um estudante do ensino médio. A princípio, o que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo. Há carência de recursos tanto em escolas quanto em prisões. Mas o absurdo maior é a negligência do Brasil com o saber, com o conhecimento.
Quando essa equação vai fechar? Vamos gastar muito mais com os presidiários se quisermos tornar as cadeias brasileiras menos degradantes. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu que “agora vai”. Não sei se você, assim como eu, sente vergonha ao ver as cenas de mãos saindo pelas grades. São seres humanos empilhados, espremidos e seminus. É um circo dos horrores. E piora nos rincões remotos do Norte e Nordeste, longe das câmeras. Mesmo assim, o Estado gasta mais de R$ 40 mil por ano com cada preso em presídio federal. E R$ 21 mil com cada preso em presídio estadual.
Esses valores, absolutos, não significam nada para nós. Mas, se dermos uma olhada no nível de instrução dos 417.112 presos, ficará claro como os dois mundos, o das escolas e o das prisões, estão intimamente ligados. Dos nossos detentos, mais da metade (254.177) é analfabeta ou não completou o ensino fundamental. O menor grupo é o que concluiu a faculdade: 1.715 presos. Esses números estão no relatório do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do ano passado. Os presídios são um retrato de nossa sociedade. Do lado de fora, poucos têm acesso a universidades. E criminosos ricos e influentes podem pagar bons advogados.
Poderíamos ficar resignados a nosso destino de país pobre em desenvolvimento humano. Poderíamos também construir macropresídios seguros para prender cada vez mais gente em cômodos amplos, com direito a boa alimentação, pátios, esportes e reeducação. Poderíamos melhorar a gestão penitenciária e reduzir a roubalheira. Em algumas cidades, os presos começam a ser soltos por falta de espaço.
O mais complicado de tudo, mesmo, é prevenir a criminalidade. Porque seria preciso investir forte na educação universal e de qualidade. Os últimos números do IBGE, do Censo 2010, deixam clara uma urgência: entre nossas crianças com 10 anos de idade, 6,52% são analfabetas. Você, que lê este artigo, quando se alfabetizou? Provavelmente entre os 5 e 7 anos de idade, como acontece nas maiores economias do mundo – aquele grupo privilegiado em que o Brasil se insere com orgulho.

Essa criançada brasileira que não sabe escrever nem seu nome não faz ideia de que está trancada na prisão da ignorância. Sem cometer crime algum, as crianças foram condenadas à marginalidade perpétua. Isso não significa que serão desonestas ou hóspedes dos presídios-modelos que o ministro da Justiça promete construir. Mas que chance o Estado dá a elas? Esse porcentual de 6,52% nada tem a ver com heranças malditas. São crianças que nasceram na década de Lula.
Por mais que se comemorem avanços na Educação, em uma década o total de analfabetos no Brasil caiu menos de 1 milhão. Eram quase 15 milhões e hoje são 14 milhões que não sabem ler ou escrever – esse total equivale a duas vezes a população inteira do Paraguai. Em dez anos de investimento e dois mandatos de governo do “tudo pelo social”? Não dá para festejar. Entre os brasileiros com mais de 15 anos, continuamos mais analfabetos que Zimbábue, Panamá e Guiné Equatorial.
As disparidades regionais são outra preocupação. Em analfabetismo, segundo o Censo 2010, o Maranhão do clã Sarney está em 24º lugar e só perde para Paraíba, Piauí e Alagoas. Há 19,31% de analfabetos no Maranhão, porcentual maior que na República do Congo, na África. No programa do PMDB em rede nacional de televisão, na quinta-feira passada, o presidente “vitalício” do Senado, José Sarney, afirmou: “O bom homem público olha e vive para seu país”. Eu já ficaria satisfeita se o homem incomum, blindado por Lula e aliado de Dilma, olhasse para o Estado onde nasceu.
Em mortalidade infantil, o Maranhão da governadora Roseana Sarney só perde para Alagoas. De cada 1.000 maranhenses que nascem, 36 bebês morrem antes de completar o primeiro ano de vida. Não sei como a dinastia que controla esse Estado há 45 anos consegue dormir em paz. No programa do PMDB, Roseana disse que uma mulher no poder “significa uma visão mais humana de governar”.
A esperança é que o Brasil amadureça e passe a investir logo em suas crianças e seus estudantes para um dia, talvez, reduzir a superlotação dos presídios. Não é uma fórmula infalível, mas parece ser uma aposta sensata.
 
Fonte: revistaepoca.globo.com