Produtos ecológicos são montados com a fibra e borra separados das sementes. Jovem de 17 anos viaja no domingo 3 para apresentar projeto em evento no México.
Com o intuito de promover uma destinação ecológica para as sementes de açaí, a estudante amapaense Aira Beatriz Souza, de 17 anos, elaborou um vaso biodegradável à base do produto. A ideia surgiu após ela perceber que os vasos podem ser usados como insumos biológicos em plantas. O projeto da jovem foi o único do Brasil selecionado para a Copa Science de México 2017, uma feira internacional de ciências que acontecerá na cidade mexicana Culiacan.
Segundo a estudante, esses vasos são embalagens ecológicas que servem de substratos quando decompostas no solo, além de não deformar as raízes das plantas. O biovaso apresenta também sinais de retenção de umidade e resistência, com durabilidade de aproximadamente dois meses.
Usando moldes de plástico, a estudante explica que montou os vasos com a fibra e borra que foram separados das sementes, após a etapa de despolpamento. Depois de serem moldados, os vasos são postos para secar ao sol por cerca de 48 horas.
“Deixo as sementes secarem ao sol para fazer a separação dos materiais e com a borra e as fibras, faço a massa que será moldada. Então, após 48 horas no sol, os vasos estão prontos para serem usados com as plantas. Pode ser enterrado junto com a planta porque serve de insumo biológico”, explicou Aira.
A aluna apresentou o projeto para a mãe, Danielle Britto, professora em uma escola pública da capital onde Aira criou em 2016 um projeto de lixeira sustentável feita de tubos de papelão e lonas de vinil. A iniciativa foi logo aceita e ambas inscreveram o projeto do biovaso em um evento de ciências em São Paulo, onde ele foi apresentado.
A estudante, que cursa o terceiro ano do ensino médio em uma escola particular de Macapá, teve a ideia apoiada pela Embrapa Amapá, que está dando todo o suporte para que a pesquisa dela ganhasse notoriedade.
“É nítida a quantidade de caroços de açaí que são descartados na região Norte, então com certeza o potencial para o desenvolvimento do projeto é grande. A Embrapa colaborou nas análises do biovaso e demos esse apoio”, explicou a pesquisadora da Embrapa Amapá, Daniela Gonzaga.
A adolescente embarca no domingo (3) para o México, junto com estudantes de diversos países. Considerada uma das maiores feiras de ciências das Américas, o evento na cidade de Culiacan, no estado de Sinaloa.
“Vai ser um momento de grande aprendizagem para mim, trocar experiências com estudantes de outras culturas e poder falar com vários profissionais da ciência. Pretendo levar este projeto, que ainda está em fase de estudos, para que seja aproveitado na economia ecológica no Amapá”, ressaltou Aira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário