Por: Prof. Edison Andrades é escritor, palestrante e sócio da Reciclare  
Ouvimos todos os dias que as coisas estão mudando, que o mundo está 
cada vez mais exigente e que a mão de obra qualificada está em extinção.
 Fiquei analisando um pouco esses fatores, aparentemente tão óbvios e 
que, com certeza, afetam a realidade de todos nós. Mas o que, 
diretamente, tudo isso poderia alterar na vida de uma nação? Já que 
nosso país ocupa a sétima posição no mundo, em relação ao ranking de 
PIBs?
Exportamos muita coisa e, em meio a tantas crises mundiais, ainda não
 estamos em recessão! Como explicamos os efeitos, por exemplo, da 
escassez de qualificação profissional, inclusive na área médica, quando 
aumentamos vertiginosamente o grau de instrução de nosso povo nos 
últimos vinte anos? Até sediar uma copa do mundo faremos em breve. Onde 
estão os reflexos? O fato é que tudo isso é verdade, tanto o 
desenvolvimento quanto a escassez são reais, mas, antes de olharmos 
nosso país por um telescópio, como uma nação em desenvolvimento e 
crescimento, precisamos vê-lo através de um microscópio, ou seja, 
atentar para o detalhe do cotidiano dos habitantes.
Nossos jovens representam 40% dos desempregados do Brasil. 
Aproximadamente 20% das pessoas entre 15 e 23 anos pertencem à geração 
“Nem Nem” (Nem estudam e Nem trabalham), portanto devemos ter cuidado 
com o ângulo assumido por nossa visão! Se optarmos por um olhar 
holístico e generalista, nosso país parecerá bem, mas nossos 
profissionais e algumas de nossas empresas estão perdidos: “batendo 
cabeça”. Pessoas precisando se qualificar, pois nosso ensino básico 
completou 350 anos sem grandes alterações. Modelo chato que não atrai 
ninguém para a sala de aula. Qualificação escolar básica fraca resulta 
em uma gama de problemas. 
Dentre tais problemas, temos pessoas que se esforçam e buscam um 
curso universitário, mas sofrem para acompanhar as aulas, já que lhes 
faltou o alicerce. Algumas universidades se tornam coniventes com tudo 
isso e “pegam leve” na hora da cobrança, ou seja, não podem exigir 
demais do aluno diante do fato de que ele não consegue acompanhar o 
ritmo e nível das aulas. Caso o reprove, a instituição corre um sério 
risco de perder seu “cliente”. No entanto essa postura gera um efeito 
cascata que se reflete na diminuição da qualificação profissional e 
humanística dos indivíduos. Mas tudo bem, pois, nas estatísticas 
(políticas), elevamos os índices de instrução no país: uma piada! As 
empresas precisam contratar, mas não podem exigir demais, já que, caso o
 façam, não preenchem suas vagas. E assim o ciclo vai se realimentando. 
Mas e o profissional de mercado? O que deve fazer em meio a esse 
tiroteio? Precisa vencer. Sim, essa é a exigência básica. Ainda bem que 
temos uma escolha. Optamos por nos tornar vítimas desse contexto e 
deixar a vida nos levar, ou buscamos, por meios próprios, aprimoramento,
 interesse e gosto por aquilo que fazemos. Ainda que intelectualmente 
estejamos aquém do exigido, podemos mudar nossas atitudes no meio em que
 habitamos. Caráter, ética, bom humor e amor pelo próximo ainda não são 
ensinados na escola. E essas características também estão em extinção 
nas organizações. Saiba que tais adjetivos também podem tornar você um 
profissional vencedor. 
Fonte: jcconcursos.uol.com.br 
 
 
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