A Associação dos Delegados de Polícia do Amapá – ADEPOL-AP – vem a
público manifestar seu mais veemente repúdio à infeliz e covarde atitude
de parcelamento de salários dos servidores públicos do Poder Executivo
do Estado do Amapá, ação sorrateira e desleal, a qual prejudica milhares
de famílias amapaenses, e logo num momento tão crítico da vida
econômica do País e do Estado do Amapá.
Nesse sentido, não bastasse os dois anos sem qualquer reposição,
sequer inflacionária, vem o governo do Estado do Amapá decidir, de forma
unilateral e autoritária, sem discutir o assunto com qualquer das
categorias atingidas, no apagar das luzes, que irá parcelar os salários
dos servidores públicos do Poder Executivo, um acinte, verdadeiro ato de
escárnio com milhares de pais e mães de familia que diuturna e
literalmente carregam esse Estado nas costas, eis que já desempenham
suas atribuições em condições humanas e materialmente deploráveis.
Paralelo a tudo isso, logo no início de sua gestão, concedeu o mesmo
governo um aumento generoso na ordem de quase 20% a si próprio, a seus
secretários e as classes de procuradores e fiscais do Estado,
contrariando a mesma lógica fatalista e apocalíptica de falta de
recursos e escassez financeira que usa para justificar essa
inconstitucional e aberrante medida administrativa! Escassez financeira e
falta de recursos para as atividades sérias! Final do mundo e caos para
atender às necessidades básicas de quem trabalha e da população em
geral!
Para atender a interesses de apaninguados, sustentar secretarias
inúteis, mantendo empregados centenas, quiçá milhares de cabos
eleitorais, distribuídos em cargos comissionados, para isso a crise não
chegou!
Pois bem, senhor Governador, nós não iremos aceitar isso calados,!
Nós, Delegados do Estado do Amapá, não iremos nos omitir diante de
tamanha ilegalidade, arbítrio e violência para conosco, para com nossos
companheiros de trabalho e sobretudo para com nossas famílias! Primeiro
corte na sua própria carne, dispensa os cargos comissionados, extinga as
secretarias e diversas pastas menos prioritárias! Se necessário for,
deixe somente os servidores efetivos, corte despesas de seu gabinete,
gastos com publicidade! Pare de fazer contratações desnecessárias e
explique o fato dos repasses terem aumentado (ano passado foram 265
milhões e esse ano 281 milhões) e não diminuído! Seja franco!
Após todas essas providências, de acordo com o que reza o artigo 169,
§ 3°, incisos I e II da Constituição Federal, caso não seja possível
realizar o pagamento dos salários dos servidores, proponha aos demais
Poderes e outras instituições a mesma carga de sacrifício. Só assim
poderemos nos resignar e aceitar tamanha renúncia. Sem isso, não espere
de nós vassalagem e submissão, senão reação firme e proporcional, sempre
dentro da lei, que hoje Vossa Excelência tenta burlar.
Macapá, AP, 28 de março de 2016.
Delegado SÁVIO PINTO – Presidente
Fonte: alcinea.com