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quarta-feira, 6 de junho de 2012

DIREÇÃO DO SINSEPEAP RESOLVE CONTINUAR GREVE, MESMO COM PAGAMENTO DE MULTA


A decisão foi anunciada ontem de manhã pelo presidente do Sinsepeap na Praça da Bandeira, onde os grevistas vêm se concentrando ao longo da paralisação que hoje alcança o 46º dia


A direção do Sindicato dos Servidores em Educação do Estado do Amapá (Sinsepeap) recorreu à estratégia de continuar a greve para ganhar tempo de recorrer da decisão judicial que declarou o movimento ilegal, mesmo pagando a multa de R$ 10 mil por dia, a pena pela desobediência da sentença liminar assinada pelo desembargador Raimundo Vales.
A decisão foi anunciada ontem de manhã pelo presidente do Sinsepeap, Aroldo Rabelo, na Praça da Bandeira, onde os grevistas vêm se concentrando ao longo da paralisação que hoje alcança o 46º dia.À tarde, por volta das 14h, os Professores ingressaram no Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) com Agravo Regimental na tentativa de reverter a decisão liminar do desembargador Raimundo Vales.
Ao mesmo tempo, a direção do Sinsepeap se movimentava para a convocação de assembleia geral da categoria, quarta-feira à tarde, para decidir sobre o destino da greve.
A estratégia do magistério é na expectativa de que o Agravo Regimental ontem impetrado obtenha resultado positivo para a classe. Com a greve voltando a ser legal, os Professores então ficarão em condições de esperar uma nova negociação com o governo estadual sobre o reajuste dos seus salários e outros pontos da pauta de reivindicações ainda em aberto.
Com a decisão judicial ora em vigor, tudo o que já foi negociação entre o Sinsepeap e o governo do estado ficou sem efeito. Agora as partes, em tese, começarão a negociar se resolverem novamente sentar à mesa.
Professores passam a ter pontos cortados nas escolas
Desde às 14h30min de ontem, os Professores da rede estadual de Ensino estão tendo os seus pontos de frequência cortados nas Escolas, segundo informou o secretário de Educação, Adalberto Carvalho Ribeiro.A expectativa do governo era de que os Professores em greve retornassem para as salas de aula, no expediente da manhã de ontem, mas isso não ocorreu.
Depois, a expectativa foi transferida para a tarde, e novamente nem sinal de Professores nas Escolas. O prazo de 48 horas de retorno para as aulas, dado pela liminar judicial que declarou a greve ilegal, expirou às 14h30min de ontem.
“Os Professores a partir de hoje à tarde recebem falta se não comparecerem nos seus locais de trabalho”, disse Adalberto Carvalho Ribeiro, tachativo.
Pela manhã, em entrevista no rádio, o secretário de Educação acenou com a possibilidade de o governo tomar a iniciativa de provocar uma rodada de negociações com os Professores.
Adalberto vislumbrou um novo diálogo entre as partes com o entendimento de que já à tarde os Professores retornariam para o trabalho. E então se cumpriria a palavra do governador Camilo Capiberibe de que só senta novamente à mesa de negociação com os Professores nas salas de aula.
À tarde, em vez do retorno para as suas atividades, os Professores entraram com recurso no Tjap na tentativa de anular a medida liminar que declarou a greve ilegal, anunciaram a continuação da greve e uma assembleia geral para quarta-feira tarde.
Na ação, chamada de Agravo Regimental, a direção do Sinsepeap, sindicato que reúne os Professores, entre outros pontos para anular a medida liminar, argumenta que o governo induziu o desembargador Raimundo Vales ao erro, ao informar ao magistrado que todos os Professores da rede estadual de Ensino já alcançaram o recebimento do piso salarial nacional da categoria, o que a classe nega peremptoriamente.
Paralisação do magistério já chega às raias da violência
“A greve para pedir o cumprimento do piso salarial do magistério pode estar servindo para o Aroldo conseguir notas frias”
A diretora jurídica do Sinsepeap, Francinete Sobral, relatou agressão física que teria sofrido do presidente do sindicato, Aroldo Rabelo, na última quinta feira, 31, após cobrar prestações de contas do principal representante da classe.
“O Professor Aroldo Rabelo me agrediu. Antes, ele já vinha com isso verbalmente desde fevereiro deste ano. No dia 31 de maio tivemos uma audiência na Delegacia da Mulher e ficou acertado que haveria uma investigação para apurar a minha denúncia. Quando foi à tarde, eu fiz umas cobranças dentro do sindicato, o que ele não gostou, e me xingou de novo, e percebendo que estávamos gravando a conversa, tomou o meu celular e me agrediu”, contou Francinete. Na tentativa de se defender, a diretora também agrediu o presidente do sindicato.
A Professora agredida registrou Boletim de Ocorrência no mesmo dia, tendo como autor do ato ilícito o presidente Aroldo e sua esposa Silvana dos Santos, que também participou da agressão.
Segundo Francinete, Aroldo Rabelo não apresenta as contas do sindicato desde o início da sua gestão, no segundo semestre do ano passado. O prazo para prestar contas de 2011 expirou no dia 31 de março. “Estamos até agora esperando essas contas”, desabafou. 
Para a sindicalista, há fortes indícios de desvio de verbas dentro do Sinsepeap devido ao impedimento da diretoria em acompanhar os gastos da classe; quantias vultosas sacadas na boca do caixa e cheque ao portador.
“A greve para pedir o cumprimento do piso salarial do magistério pode estar servindo para o Aroldo conseguir notas frias”, alegou Francinete, entre outras acusações.
“Tive que sair escoltado pela polícia porque uns canalhas quiseram bater na gente”
O presidente do Sindicato dos Servidores em Educação do Estado do Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo, revelou ontem que passou a andar acompanhado de seguranças em virtude de estar sendo ameaçado pelo telefone e também pessoalmente.
A revelação do sindicalista foi feita em discurso na Praça da Bandeira durante a costumeira concentração matinal dos grevistas. Na oportunidade, Aroldo anunciou as medidas tomadas pela direção do sindicato em relação à greve como estratégia contra a medida judicial que declarou a paralisação ilegal.
"Eu estou sendo ameaçado diariamente; no meu rosto tem marcas de violência; por isso passei a andar com seguranças; já reuni com a minha família; a luta continua, nem que custe a minha vida, mas traidor não fica do meu lado", extravasou o presidente dos Professores.
Aroldo Rabelo não disse por quem está sendo ameaçado, mas deixou escapar nas suas entrepalavras que as ameaças partem de sua própria classe de trabalhadores, opostos ao movimento grevista ora amparado pela maioria esmagadora dos Professores.
O sindicalista ainda lembrou na ocasião que no domingo, na sede campestre do Sinsepeap, teve que sair escoltado pela polícia, "porque uns cana-lhas quiseram bater na gente".

Fonte: diário do amapá

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